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Floresta terá fundo de US$220 milhões

O Globo, O País, p. 14
26 de Mai de 2005

Floresta terá fundo de US$220 milhões
Programa do Banco Mundial prevê redução em 10% da taxa de desmatamento

O Banco Mundial e a Fundação Mundial da Vida Selvagem anunciaram ontem um programa para reduzir em 10% a taxa de desmatamento no mundo até 2010, conclamando a comunidade internacional a se unir para evitar que 14 milhões de hectares de florestas continuem sendo destruídos anualmente, uma área de tamanho equivalente ao da Grécia. O programa, que apoiará a criação de parques nacionais, dará especial atenção ao Brasil, transferindo para o governo brasileiro um fundo de US$220 milhões com o objetivo de criar áreas de proteção ambiental em 12% da floresta amazônica nos próximos dez anos
As medidas foram anunciadas no Fórum das Florestas, que acontece desde a semana passada na ONU. Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deveria participar do debate, mas passou mal e não viajou. O discurso da ministra estava sendo aguardado com expectativa, especialmente após o escândalo causado pelo anúncio de que a devastação da Amazônia aumentara 6% entre 2003 e 2004 e fora a segunda pior da História.
- Os bosques da Rússia e de Sumatra e as selvas tropicais da Amazônia estão desaparecendo rapidamente por causa da derrubada ilegal de árvores e de queimadas para limpar o terreno a ser ocupado por atividades agrícolas - disse Claude Martin, diretor-geral da Fundação Mundial da Vida Selvagem.
Os números apresentados pelo Banco Mundial são alarmantes: a cada minuto, 28 hectares de florestas são destruídos no mundo, sendo que a maior parte acontece em países em desenvolvimento. Esta devastação é responsável pela diminuição de 2% a 5% da biodiversidade a cada década e estima-se que, por causa disso, 137 espécies desapareçam por dia nos trópicos.
Corte clandestino impõe perdas de US$15 bilhões
Cálculos da fundação indicam que os países perdem US$15 bilhões por ano em impostos sonegados por causa do corte clandestino de árvores.
- Isto é dinheiro que governos dos países pobres poderiam usar em programas sociais e de saúde. O Banco Mundial e a Fundação Mundial da Vida Selvagem assumiram o compromisso de trabalhar com todas as partes envolvidas para regulamentar de maneira efetiva as práticas florestais - disse Ian Johnson, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial.
Desde 1998 o Banco Mundial e o Fundação da Vida Selvagem formaram uma Aliança para a Conservação e Uso Sustentável que tenta reduzir o desmatamento no planeta. Segundo Johnson, no mundo, o programa de áreas florestais protegidas abrange uma área do tamanho da Espanha. No Brasil, o programa tem cerca de oito milhões de hectares.
- É um tremendo sucesso, mas as taxas de desmatamento continuam incrivelmente altas - disse Johnson, citando o governo brasileiro entre os que se comprometeram com a preservação de florestas.

O Globo, 26/05/2005, O País, p. 14

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