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Festa para 8 mil em Corumbá

CB, Cidades, p. 30
05 de Fev de 2006

Festa para 8 mil em Corumbá

A usina hidrelétrica de Corumbá IV está em funcionamento.Depois de mais de quatro anos de construção, a obra de R$600 milhões foi inaugurada ontem. Durante fevereiro, o equipamento passará por uma série de testes. A transmissão de energia para a subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB) em Santa Maria depende da liberação ambiental e do licenciamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O governo estima que o equipamento comece a operar comercialmente em março.
Cerca de 8 mil pessoas, incluindo políticos e autoridades do Governo do Distrito Federal e de Goiás, participaram da inauguração da usina. A festa começou no balão da estrada que dá acesso à hidrelétrica. A rodovia que leva o nome do pai do governador Joaquim Roriz, Lucena Roriz, tem 27,2km, demorou um ano e três meses para construída e custou R$ 21, 8 milhões. A comemoração continuou no gerador da hidrelétrica. Depois os participantes seguiram para o lago de 173 quilômetros quadrados, cinco vezes maior que o Lago Paranoá.
Em seu discurso, o governador da capital lembrou do estadista mineiro Juscelino Kubitschek. "Aquilo que Juscelino via, meio século atrás, está acontecendo hoje. O Centro-Oeste é a região que mais vem crescendo no Brasil", comentou Joaquim Roriz. Ele destacou a importância do reservatório para garantir o abastecimento de Brasília. "Passamos a ter a garantia do fornecimento de água, para o Distrito Federal e as cidades do Entorno, para os próximos 100 anos", afirmou.
Para o governador de Goiás, Marconi Perillo, a construção marca a parceria entre os governos vizinhos. "O que ergueu esta usina, escavou este solo, deu formato a este sonho, foi a vontade conjunta de dois povos irmãos", ressaltou. Apesar de o reservatório de 76m de profundidade, equivalente a um prédio de 25 andares, ficar no município de Luziânia (GO), a produção de energia será destinada ao DF.
O lago tem capacidade para fornecer 10 mil litros d'água por segundo sem prejudicar o funcionamento da usina. O consumo atual de todo o DF é de 8 mil litros por segundo. "A obra vai gerar benefício para todos. Vai promover o turismo, garantir o abastecimento de água e energia da região", disse o presidente da CEB, Rogério Villas Boas.
Liminar
Uma briga judicial apimentou a inauguração. Uma liminar concedida pelo juiz federal substituto da 6ª Vara Federal, Rubem Lima de Paula Filho, suspendeu a festa na noite de sexta-feira. Pelo entendimento do magistrado, o empreendimento não cumpriu todas as exigências ambientais. O advogado da CEB, Eri Varela, apelou e venceu em segunda instância. Ele argumenta no recurso que a suspensão causaria prejuízo para a administração pública e que todas as condicionantes para o licenciamento ambiental serão cumpridas.
O desembargador Jirair Aram Megueiam, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acatou a sustentação de Varela e cassou a decisão de primeira instância às 2h de sábado. "É público e notório a grave lesão à economia pública, seja na fase de interesse da própria coletividade, como da administração pública", explicou Jirair na decisão.
Os R$ 600 milhões investidos da obra partiram do Banco do Desenvolvimento (R$ 270 milhões) e dos acionistas da Corumbá Concessões, que administrará o empreendimento (R$ 330). Entre os investidores estão a Companhia Energética de Brasília (CEB), Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e a construtora Serveng. O mesmos estudos de viabilidade de Corumbá IV, prevêem a construção de uma outra hidrelétrica, a Corumbá III, também no município de Luziânia. A obra está orçada em R$ 340 milhões, começa em março e deve ser entregue em 2 anos e 8 meses.

CB, 05/02/2006, Cidades, p. 30

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