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Festa abre espaço para diversidade indígena de MT

Secom
Autor: Naine Terena
16 de Mai de 2008

A 1o Festa Internacional do Pantanal abre o espaço para a diversidade cultural. Prova disso é a participação de diferentes povos indígenas no evento, seja com apresentações culturais, ou na comercialização de artefatos.

Artesanato - Durante toda a festa, os visitantes podem encontrar na Feira de Artesanato, stands promovendo a comercialização dos produtos vindos das aldeias. Neulione Alves Gomes, vice-presidente da Associação da Comunidade Umutina (Ascum), de Barra do Bugres, explica que já participa da Festa Internacional do Pantanal há alguns anos e considera o evento como o melhor para a comercialização dos artesanatos. Neulione explica que a dificuldade para se trazer os produtos da aldeia para a cidade muitas vezes atrapalha na geração de renda, sendo a Festa do Pantanal um importante meio de divulgação.

Já Wrwray Thafkesxskya, da etnia Kariri, localizada na divisa de Mato Grosso com o estado do Pará, aponta a participação na Festa como uma ajuda na geração de renda. "Como não temos tanta pesca, precisamos trabalhar para comprar alimentos, para viver. Não dá para ficar sem fazer nada, e aqui conseguimos vender nossos produtos", conta ele. O mesmo afirma Karminda Monzilar, membro da Associação de Mulheres Indígenas Otoparé. A associação formada por mulheres da Etnia Umutina, localizada no Município de Barra do Bugres, tem o objetivo de fomentar a sustentabilidade dentro da comunidade. Karminda explica que as mulheres da Associação tem uma parceria com a Casa do Artesão em Cuiabá, porém precisam de mais espaços. "Eu gostaria que tivesse mais espaço, que nos convidassem para participar de mais eventos, por que as mulheres precisam trabalhar, colaborar para a sustentabilidade nas aldeias", finaliza ela.

Olhar Indígena - O estande da Superintendência Indígena do Estado de Mato Grosso abre espaço para o "Olhar Indígena". No local, pode-se encontrar fotos de diferentes etnias do Brasil e de outros paíse, vídeos, áudios e artefatos. O "Olhar indígena" é um site idealizado pelo produtor de audiovisual, Antonio Carlos Ferreira Banavita, que vê na proposta uma forma de divulgar a diversidade dos povos indígenas do estado. "Muita gente ainda desconhece a realidade dos povos indígenas. Não sabem que existe uma diversidade, diferentes povos. O site é uma forma de mostrar a riqueza de cada povo, enfim, quem são os povos indígenas".

Banavita recorda que teve contato com os povos indígenas aos sete anos de idade, e a partir daí começou a reparar como o olhar sobre os indígenas era diferente. Na idade adulta, ao visitar uma aldeia indígena viu na simplicidade e hospitalidade a importância de se divulgar a cultura do "outro". Para saber mais sobre o site, acesse www.olharindigena.com.br.

No stand pode-se encontrar também informações sobre Projetos de sustentabilidade indígena do Povo Paresi e informações á respeito do Museu Rondon, localizado na UFMT. Algumas fotos do produtor audiovisual podem ser conferidas na casa Bakairi, anexa ao Museu Rondon, na Universidade Federal de Mato Grosso.

Apresentação Cultural -No sábado será a vez da apresentação cultural do Povo Kayapó. Vinte indígenas utilizarão o espaço cultural para uma apresentação de danças rituais. Segundo Nair Hidalgo Hass, da Secretaria de Cultura do município de Colíder, a vinda do grupo Kayapó é uma forma de mostrar o bom relacionamento entre os indígenas e os moradores do município. Nair explica que a pedido da organização da Festa do Pantanal, cada município foi incumbido de escolher uma atração cultural, sendo o Grupo Kayapó o escolhido por Colíder. Liderado por Megaron Txucarramãe, os Kayapó se apresentarão ás 17h40 no palco onde acontecem as apresentações culturais.

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