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Febre amarela extermina macacos bugios do Horto

FSP, Cotidiano, p. B1.
11 de Jan de 2018

Febre amarela extermina macacos bugios do Horto

ANGELA PINHO
DE SÃO PAULO

Responsável pelo alerta sobre a chegada do vírus da febre amarela à cidade de São Paulo, a população de macacos bugios do Horto Florestal, na zona norte, foi exterminada desde a aparição do vírus, em outubro passado. Veja aqui perguntas e respostas sobre a febre amarela.
O parque, assim como o da Cantareira e o do Tietê, foi reaberto nesta quarta (10) após quase dois meses. Só deve visitar os locais quem tiver se vacinado há ao menos dez dias.
Antes da chegada do vírus, o Horto abrigava 17 famílias de bugios, explica o pesquisador científico do Instituto Florestal Márcio Port Carvalho. Ele estima que, no total, houvesse 86 animais. Caracterizados por ter cauda longa e emitir um ruído audível a longa distância, eles são uma das quatro espécies de macaco presentes no local.
Ao mesmo tempo lamentáveis do ponto de vista ambiental, as mortes ajudaram a moldar a estratégia paulista de bloqueio do vírus.
O primeiro bugio morto foi encontrado no Horto no dia 9 de outubro por um profissional da limpeza perto da Vila Amélia, bairro encravado na área. Naquele momento, os funcionários já haviam sido orientados a avisar imediatamente se isso ocorresse.
O alerta havia sido dado por causa de mortes de animais da mesma espécie na região de Campinas. O óbito de macacos é um dos sinais da circulação do vírus da febre amarela em uma determinada área, pois eles são picados pelo mesmo mosquito que pode infectar o ser humano -importante lembrar que é o mosquito, não o macaco, que transmite o vírus ao homem.
No surto da doença iniciado do ano passado, milhares animais morreram no país.
Ao receber a ligação do profissional, Carvalho acionou a Guarda Civil para o transporte do bugio. Quando chegou, o animal não estava em bom estado, lembra Juliana Summa, diretora do departamento de fauna da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Mas foi possível extrair um pedaço do fígado. O exame deu positivo para febre amarela.
Com o resultado, o governo do Estado tomou a decisão de fechar o Horto Florestal -medida que, com novas mortes de macacos, acabou sendo estendida a outros parques da cidade- e, junto com a prefeitura, iniciar a vacinação da população da zona norte.
Em pouco mais de 30 dias, mais de 1 milhão de pessoas foram imunizadas na região. Nesta semana, com mortes na Grande São Paulo, na região de Mairiporã, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu estender gradualmente a medida a todo o Estado. Desde 2017, SP registrou 29 casos e 13 mortes pela doença, todos em áreas de mata.

FSP, 11/01/2018, Cotidiano, p. B1.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1949536-febre-amarela-ex…

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