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Febre amarela atinge aldeias no Amazonas

Diário do Amazonas-Manaus-AM
05 de Abr de 2005

Um índio de 16 anos da etnia matis está internado desde sexta-feira à noite no Instituto de Medicina Tropical de Manaus (IMTM) com suspeita de febre amarela. Bush Matis foi transportado com febre alta e calafrios em uma viagem de quase cinco horas de voadeira (canoa com motor de popa) da Aldeia Aurélia até Atalaia do Norte, a 1.138 quilômetros de Manaus. De Atalaia, seguiu de hidroavião para Manaus. O garoto está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, em estado considerado grave.

O coordenador-geral da Coordenação Indígena do Vale do Javari (Civaja), Jorge Marubo, da etnia do mesmo nome, afirmou à reportagem, por telefone, que seguiriam hoje para Manaus mais duas crianças da etnia canamari com suspeita de febre amarela. Elas teriam vindo da Aldeia Massapê, às margens do Rio Itaquaí. "As crianças foram retiradas de helicóptero e devem chegar num hidroavião em Manaus."

O diretor do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Atalaia do Norte, Robson Júnior Lemes, também em entrevista por telefone, confirmou a transferência de Bush Matis na sexta-feira e de outras duas crianças ontem, com suspeita de febre amarela. "Ainda não temos a confirmação sobre a causa, mas duas crianças morreram na Aldeia Massapê no mês passado e a suspeita é de febre amarela", disse.

Segundo Lemes, para atender uma população de 3.520 indígenas no local há apenas duas enfermeiras e um médico, além de 14 agentes de saúde. "Nossa preocupação é que, se for mesmo febre amarela, os infectados irão crescer". Ele disse que entre novembro e dezembro de 2004, oito crianças morreram de desnutrição na área coberta pelo Dsei.

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