VOLTAR

Fazendeiros tentam passar boiada sobre barracos de índios Guarani-Kaiowá

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Alessandra Bastos
16 de Dez de 2005

Fazendeiros do Mato Grosso do Sul tentam passar uma boiada onde estão abrigados, desde quinta-feira (15), 508 índios Guarani-Kaiowá, despejados por ordem da justiça federal da área já homologada que ocupavam. Eles estão na estrada que liga a cidade de Antonio João a Bela Vista, no Mato Grosso do Sul e a boiada destruiria os barracos e pertences dos índios.

A pedido da Funai - Fundação Nacional do Índio, o prefeito de Antonio João, Junei Marques, está indo para o local, tentar impedir os fazendeiros. "Vou ver o que posso fazer para não deixar que isso aconteça. Vou conversar para tentar sensibilizar, o último recurso que tenho é a polícia", disse em entrevista exclusiva à Agência Brasil. O assessor da presidência da Funai, Odenir Oliveira, também está no local, onde a situação é tensa.

Ainda na quinta-feira (15), às 13 horas, após saírem da terra sem resistência, os Kaiowá começaram a construir barracos na beira da estrada. Nesta sexta-feira (16), ao amanhecer, os índios recomeçaram o trabalho correndo contra o tempo e a chuva que ameaça cair.

Boa parte das casas, roupas, comida e vestuário foram queimadas pelos fazendeiros enquanto os Guarani-Kaiowá carregavam o que tinham. Os policiais não impediram o início da ação dos fazendeiros, que queimaram boa parte das casas indígenas, e só agiram após insistentes pedidos dos índios. A denúncia dos incêndios, feita ontem pela Agência Brasil, motivou o Ministério Público Federal em Dourados a abrir processo administrativo para averiguar a ação da polícia, que tinha 150 homens no local.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.