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Fazendeiros cavam valas e isolam índios em Sete Quedas

Campo Grande News-Campo Grande-MS
10 de Jul de 2005

Grupo de 80 índios guarani que ocupa a fazenda
Sombreirito, em Sete Quedas, há 10 dias denuncia que
está 'isolado'. A única estrada que dá acesso a fazenda
está interditada por três valas de dez metros de
diâmetros e 1,5 metro de profundidade, cada. A distância
entre eles é em média de 10 metros, conforme constatado
por nossa equipe de reportagem que teve de abandonar o
carro e percorrer dois quilômetros para conversar com os
guaranis. Segundo o grupo, as valas foram feitas por
maquinário da prefeitura de Sete Quedas a pedido dos
fazendeiros, que alegaram prevenção a um possível roubo
de gado. Na realidade, dizem os índios, o artifício é
uma maneira de impedir o atendimento da Funai (Fundação
Nacional do Índio) ao local. Pintados e munidos com
arcos e flechas, a maioria crianças e adolescentes, os
índios mantêm a posição firme de não deixar a fazenda.
"Os índios têm sido expulsos dessas terras pelos
fazendeiros. Os meus parentes foram expulsos pelos
fazendeiros, agora decidimos retomar o que é nosso",
afirma o cacique Ava Tupan Karap'y, de 66 anos. Os
índios afirmam que não mexeram nos bois nem ocuparam a
casa da fazenda e mantêm lonas montadas em pontos de
vigilância na entrada da fazenda Sobrerito. "A terra é
nossa. Um já morreu e estamos dispostos a morrer se for
preciso para recuperar o que é nosso", revela o cacique
Karap'y que diz querer mandar uma mensagem aos
governantes: "Não vamos sair, queremos que vocês
demarquem a nossa terra", reforça. O índio Ava Sirinon,
de 41 anos, afirma que pistoleiros estão rodeando a área
onde o grupo está e que disparos são efetuados todas as
noites.

Manifesto - Na Vila Carioca um grupo de pouco mais de
200 produtores rurais protesta contar a invasão e
discute artifícios de combate à invasão de terras. Eles
afirmam que a área não é indígena e pedem providências
da Justiça quanto à reintegração de posse.

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