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Fazendeiro faz acusação contra índios e Funai

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
19 de Nov de 2004

Um servidor da Funai chega hoje a Marãiwatsede para resolver um conflito entre os índios e um vizinho da fazenda Karu, onde fica a aldeia.

O fazendeiro Wellington Pereira Coelho alega ter sido expulso da área. Ele relatou por telefone que um grupo de xavantes trancou as porteiras da fazenda Paraíso no último dia 28 e o impediu de retirar cerca de 180 cabeças de gado do local. "Tentei negociar, mas disseram que se eu voltasse lá não saía mais", contou Wellington Coelho, por telefone ontem de manhã.

Segundo ele, os índios haviam ido à propriedade armados com espingardas e na companhia de técnicos da Funai. A afirmação foi negada pelo administrador do órgão em Goiânia. "Os funcionários que estão ali têm mais de 20 anos de casa e não iriam arriscar seu trabalho fazendo uma besteira dessas", disse Edson Beiriz. Ele garantiu que tomará providências caso a apuração da polícia confirme abusos por parte de servidores ou dos índios.

A versão da Funai difere do relato do fazendeiro. Segundo o administrador, Wellington teria pedido aos índios que cedesse uma parte do pasto da fazenda Karu (ocupada pelos xavantes) para guardar o gado.

Os xavantes teriam concordado e estipulado um prazo para retirada dos animais. "Ele extrapolou o prazo (para desocupação do pasto) três vezes. Na terceira vez os índios ficaram exaltados e não deixaram o gado sair", afirmou.

Os conflitos entre xavantes e a fazenda Paraíso se arrastam há algum tempo. Um boletim de ocorrência registrado no dia 2 de outubro pelos pais de Wellington, Benedita e Divino Coelho, acusa um grupo de 62 xavantes de ter invadido a fazenda, ameaçado as pessoas e feito um churrasco.

Os índios teriam matado 21 porcos e atirado em uma vaca. A denúncia também envolveu um funcionário da Funai, que teria presenciado tudo sem que intervisse. Beiriz acredita que os boletins de ocorrência são mentirosos. "Tem muitas informações fabricadas para tumultuar esse processo", disse.

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