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Fazendeiro e condenado por morte de missionária a 30 anos

FSP, Brasil, p. A9
01 de Mai de 2010

Fazendeiro e condenado por morte de missionária a 30 anos

João Carlos Magalhães
Da agência Folha, em Belém

O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, foi condenado ontem em Belém a 30 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. Ele foi um dos mandantes da morte da missionária Dorothy Stang, ocorrida em fevereiro de 2005 no interior do Pará.
A condenação teve o agravante de a vítima ser idosa -Dorothy tinha 73 anos á época-, e a sentença foi recebida com gritos de alegria pelos apoiadores da causa de Dorothy, que estavam do lado de fora.
Taradão foi o último dos cinco réus do processo a passar pelo júri - outros quatro já foram condenados.
Durante o julgamento, ele negou que tenha mandado matar a missionária. Disse que a encontrou só uma vez, quando deu uma carona a ela em 2004, e que, na ocasião, a religiosa americana, naturalizada brasileira, chegou até a
abençoar seus filhos.
A Promotoria acusou o fazendeiro de grilar um lote em Anapu (PA), apontado como o motivo para o crime. A missionária denunciava o uso ilegal da área, que ela pretendia que fosse transformada em uma espécie de assentamento.
A defesa de Taradão também negou a acusação. Houve uma acareação entre o acusado e um funcionário do Incra, que reafirmou as irregularidades na localidade.
A defesa exibiu um vídeo com cenas de uma filha de Taradão e fotos do acusado ainda criança para sensibilizar os jurados.
Segundo o Ministério Público, Taradão negociou junto com Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e o intermediário a contratação de dois homens para matar Dorothy.
O assassinato da missionária, com seis tiros, ganhou repercussão mundial na época e se transformou em um símbolo dos conflitos agrários no Pará.

FSP, 01/05/2010, Brasil, p. A9

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