VOLTAR

Fazendas alojavam trabalhadores junto com porcos no Piauí

FSP, Mercado, p. A15
29 de Jul de 2015

Fazendas alojavam trabalhadores junto com porcos no Piauí
Órgãos de fiscalização vão responsabilizar também indústria que usa cera de carnaúba

VENCESLAU BORLINA FILHO DE CAMPINAS

Ao menos 20 trabalhadores, entre eles 4 adolescentes, foram encontrados em alojamentos junto a porcos no município de Luís Correia, no litoral do Piauí.
Eles atuavam na extração da palha da carnaúba, cuja cera é usada como matéria-prima pelas indústrias cosmética e de eletroeletrônicos.
Entre 12 propriedades rurais inspecionadas, 11 tiveram irregularidades apontadas. Trabalhadores eram mantidos em situação análoga à escravidão, segundo a Procuradoria do Trabalho.
Foram encontrados trabalhadores sem alojamento adequado, sem carteira assinada, sem equipamentos de proteção individual e sem condições mínimas de higiene, saúde e segurança.
Foram abertos inquéritos em todos os casos. A intenção dos órgãos de fiscalização é responsabilizar toda a cadeia produtiva, desde quem arrenda as terras até a indústria que usa a cera.
Em Luís Correia, os porcos dividiam o alojamento com os trabalhadores, sob as redes. De acordo com os fiscais, o sítio não tinha banheiro para os trabalhadores, a maioria vinda do Ceará.
Embalagens de agrotóxicos eram reutilizadas para armazenar água, os alimentos não eram refrigerados e as refeições eram feitas perto de fezes de animais.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, a extração da palha da carnaúba emprega cerca de 12 mil trabalhadores no Piauí.
Os trabalhadores recebem diárias de R$ 30 e R$ 60 e correm risco de acidentes e amputação de partes do corpo como braços e pernas.

FSP, 29/07/2015, Mercado, p. A15

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/227702-fazendas-alojavam-traba…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.