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Fátima Cleide denuncia invasão de reservas de Rondônia após troca de dirigentes federais

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
12 de Mai de 2003

A senadora Fátima Cleide (PT-RO) denunciou em discurso que, após a mudança de dirigentes de órgãos federais, teve início em Rondônia um movimento de invasão de terras indígenas, reservas florestais e até de parques nacionais. Ela sustentou nesta segunda-feira (12) que parte das invasões é incentivada por ex-funcionários federais no estado, demitidos após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).

- Recebi denúncias de que está em curso uma ação orquestrada, deliberada, destinada a embaralhar e dificultar ainda mais o processo de reordenamento fundiário que precisa ser feito com urgência em Rondônia - afirmou. Ela disse que as invasões são feitas simultaneamente e, nos últimos dias, foram presas duas pessoas, uma delas funcionário do Ibama e outra, ex-vereadora de Ariquemes (RO).

Entre as terras invadidas estão a reserva dos índios Uru-eu-wau-wau e o Parque Nacional dos Paccás Novos, este situado dentro da reserva indígena. Nos últimos dias, tem havido incitamento para a invasão de áreas dos projetos de colonização Rio Alto e Floresta, em Ariquemes. "Os invasores estão criando o pânico, intimidando e ameaçando com armas os colonos desses projetos", que esperam há anos a regularização fundiária dos lotes que ocupam.

Conforme a senadora Fátima Cleide, o relatório da CPI de Ocupação de Terras Públicas na Região Amazônica, feito pela Câmara federal, indicou que a reserva do Rio Candeias e a Floresta Nacional do Bom Futuro vêm sendo desmatadas com uma rapidez impressionante. A de Bom Futuro teve o número de serrarias aumentado de seis para 60 em apenas cinco anos.

- Como isso pôde acontecer? Não há outra resposta: é resultado do conluio entre a corrupção instalada nos últimos anos no serviço público e os que, diante da certeza da impunidade, invadem, roubam e ameaçam quem lhes tenta impedir a ilegalidade - observou.

Essa "quadrilha de terras públicas", como definiu a senadora, está empregando os pequenos produtores "como massa de manobra" e utilizando "símbolos do PT, do MST e do governo federal para dar respaldo a suas ações criminosas". Fátima Cleide disse que o PT não se deixará intimidar e anunciou que vai encaminhar ao Ministério da Justiça todas as denúncias que recebeu.

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