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Autor: Elizabeth Cavalcante
27 de Abr de 2011
A vila comunitária da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Cujubim (RDS Cujubim) receberá no dia 29 de abril, sexta-feira, a coordenação da regional Juruá-Jutaí da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que implantará o Plano de Desenvolvimento Agroflorestal Comunitário (PDAC) com a finalidade de prover, a médio e longo prazo, o autoabastecimento de produtos de origem vegetal e animal.
Formalizada em 2009, a vila comunitária da RDS Cujubim agrupa, hoje, 30 famílias, que viviam espalhadas ao longo da Reserva, em três comunidades: Goiabal, São Raimundo e Pirarucu. A RDS situa-se no município de Jutaí (AM). Aproximadamente, 180 moradores convivem com os princípios de organização social e ambiental, tornando-se autossustentáveis.
Em função da vila comunitária estar em fase de implantação, as famílias não possuem insumos necessários para a condução de plantios e/ou roçados, de modo que ainda dependem de produtos procedentes do município de Jutaí. E em paralelo, os regatões que frequentam a região, em números embora pequenos, comercializam mercadorias superfaturadas em trocas de produtos ilegais como, por exemplo, carnes de animais silvestres. Com a implantação da vila comunitária esse sistema de comércio será abolido por meio da cantina comunitária, que será inserida na própria vila com o objetivo de fornecer produtos da cesta básica oriundos diretamente de atacadistas da região.
O superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, explica que "o PDAC tem o objetivo de melhorar a produção de subsistência e a obtenção de produtos para comercialização numa das mais isoladas Unidades de Conservação do Brasil e do Planeta".
Segundo o coordenador da regional Juruá-Jutaí, Francisco Ademar da Silva, com casas estruturadas, água potável e sistema de energia também será necessário para essas famílias um projeto de desenvolvimento visando à geração de renda. Assim, o PDAC contribuirá no autoabstecimento dos moradores como garantia de aprimorar o sistema de alimentação, tornando-o mais saudável, e com isso, amenizar a escassez de alimentos dessas famílias, colaborando também para a prevenção dos recursos naturais.
O PDAC foi elaborado pela coordenação de Produção Agroflorestal em parceria com a coordenação da regional Juruá-Jutaí. O plano surgiu após se verificar in loco as demandas da vila comunitária frente à situação em que moravam.
Assim, um dos itens previstos para o PDAC é fomentar a aquisição, implantação e acompanhamento técnico das atividades agrícolas, extrativistas e criação de animais de pequeno porte. Também será função do PDAC capacitar os comunitários em novas tecnologias utilizadas para a produção de hortaliças, legumes, criação de pequenos animais e sistemas agroflorestais.
O PDAC está dividido em seis projetos estruturantes, sendo os principais: plantios agrícolas, sistemas agroflorestais e agroextrativismo. Estima-se que com a implementação do PDAC ocorra uma mudança de hábitos rotineiros e que possam trazer melhorias nas condições de vida dos moradores aliado à preservação ambiental, oriundo da mudança dos tradicionais usos da terra empregados ao longo dos anos.
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