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Famílias tupinambás ocupam área em Ilhéus

A Tarde
Autor: ANA CRISTINA OLIVEIRA
30 de Set de 2007

Cerca de 25 famílias de índios tupinambás ocuparam, na manhã de ontem, dez mil metros quadrados de área pertencente à Associação de Pesca de Ilhéus, no km 2 da BA-001, no trecho Ilhéus Olivença.

Liderados pelo cacique Rosevaldo de Jesus, da Aldeia Tucum, os índios disseram que ainda não estão colhendo o suficiente para se sustentar e querem uma saída para o mar, como alternativa para também sobreviverem da pesca, como faziam seus antepassados.

A Aldeia Tucum produz piaçava, mas a venda, reclamam os índios, também não é suficiente para manter pouco mais de 50 famílias que vivem no local. A ocupação realizada ontem tem como principais objetivos pressionar a Funai pela demarcação das terras da tribo e a dar destino a uma área de marinha, rodeada de empreendimentos hoteleiros.

Na avaliação de Cláudio Magalhães, presidente da Associação Cultural Tupinambá de Olivença, a área está sendo mal explorada.

No local, só existe parte de uma cabana, que foi destruída em um incêndio e que era freqüentada por praticantes de pesca esportiva.

O local teria sido doado à Associação de Pesca de Ilhéus, há cerca de 10 anos pelo ex-prefeito Antônio Olímpio, que é um dos adeptos do esporte. Segundo Cláudio Magalhães, os índios pretendem utilizar o local como marco inicial para a ocupação de outras áreas litorâneas, que também integram o território original dos tupinambás.

MEMÓRIA - A movimentação dos índios, iniciada por volta das sete horas de ontem, recebeu apoio do cacique Alício Amaral, da Aldeia do Acuípe de Cima, também no litoral sul de Ilhéus.

A ação faz parte da programação da 7ª Marcha Tupinambá, que acontece hoje, com apoio do Conselho Indigenista Missionários (Cimi) e organizações não-governamentais.

Os índios vão andar cerca de oito quilômetros de Olivença até a Praia do Cururupe, para reverenciar a memória dos dez índios que morreram no episódio conhecido como "Massacre do Rio Cururupe", ocorrido em 1938.

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