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Faltam 50 km do linhão de Guri na VE

Folha de Boa Vista
18 de Mai de 2001

A estatal energética da Venezuela, a Edelca, estima que no próximo mês as obras do linhão estejam concluídas

Segundo estatal energética da Venezuela, a Edelca, estão faltando ser construídos cerca de 50 quilômetros do linhão de Guri na Venezuela. O gerente de Despacho de Cargas da empresa venezuelana, Hendel Antônio, disse que o restante desse trabalho deverá ser concluído até o final do próximo mês.
Terminada a construção efetiva da linha, terá início a fase de teste das subestações tanto de Santa Elena de Uairén quanto de Boa Vista. "Os testes consistem em verificar se os parâmetros definidos teoricamente estarão sendo reproduzidos na prática. São testes de perturbações, de medições para que essa energia, quando chegar, fique dentro daquilo previsto", explicou.
A idéia é que a energia vai em fase de teste até que se tenha total segurança de todo o sistema para ser entregue para a área comercial da Boa Vista Energia, que deverá acontecer em meados de julho.

Professor afirma que confiar na energia de Guri é um risco

Para o professor de eletroeletrônica da Escola Técnica Federal, Paulo Soares, Roraima passar a depender da energia elétrica de Guri é um risco muito alto. Na opinião dele, a falta de estabilidade política da Venezuela é o que leva a energia de Guri não ter tanta confiabilidade.
"Guri tem energia elétrica em excesso. Isso não dá pra negar. O problema é a questão política. Agora imagine se Roraima monta um imenso parque industrial, totalmente dependente de Guri e, por uma questão de instabilidade política no país vizinho, venhamos a ficar sem energia?", questionou.
"Entre o comando do poder no país e a energia para Roraima, a opção será uma só. O mais importante, se houver um impasse como este, será decidir por uma questão favorável a eles e nos deixar sem energia", frisou.
ELETRONORTE
Ao comentar sobre os riscos para Roraima quando passar a depender da energia de Guri, o gerente da Divisão de Transmissão da Eletronorte, Joaquim Moutinho, não destacou a possibilidade de acontecer problemas na transmissão, referindo-se ao impasse que atualmente o governo da Venezuela enfrenta com os indígenas daquele país.
Quanto a isso, ele assegura que o governo venezuelano está providenciando um acordo entre as comunidades indígenas para evitar problemas nesse sentido. "Estão sendo discutidas normas e regras para serem seguidas não só pelos indígenas, como pelo governo", disse.
"Acredito que havendo um acordo do lado da Venezuela, tal qual aconteceu em Roraima, teremos toda sustentabilidade necessária porque no aspecto de capacidade de geração de energia temos toda confiabilidade que precisamos", continuou.
Joaquim Moutinho esteve até ontem participando de uma reunião técnica, realizada entre os engenheiros e técnicos da empresa de energia elétrica da Venezuela, a Edelca, e a Eletronorte.

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