OESP, Vida, p.A17
24 de Ago de 2005
Falta de dinheiro ameaça fiscalização na Amazônia
Em muitos escritórios do Ibama os recursos já acabaram; ministério tenta liberar verba contingenciada no orçamento
Lígia Formenti
Às vésperas de o governo anunciar estimativa que aponta a redução do desmatamento na Amazônia, equipes de fiscalização ambiental da região contam os últimos recursos para executar suas atividades. O governo liberou no início do ano R$ 28 milhões para fiscalização, mas em alguns escritórios do Ibama este dinheiro já chegou ao fim semana passada, afirma o Greenpeace. No orçamento, restam outros R$ 8 milhões, ainda contingenciados.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, admite que os recursos devem estar acabando. Mas afirma que o ministério está empenhado em liberar o mais rapidamente possível a verba. Segundo ele, a ministra Marina Silva esteve na semana passada com integrantes da equipe econômica para liberar o dinheiro.
No escritório de Santarém (PA), por exemplo, responsável pela fiscalização de 56% do Estado (o que corresponde a uma área equivalente aos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e parte de São Paulo), as equipes estão em campo. Mas se não houver mais recursos até o fim do mês, elas voltarão para casa, pois não haverá como pagar fornecedores.
Capobianco, no entanto, garante que nunca os recursos foram tantos. "Agora eles reclamam que o dinheiro temporariamente acabou. Mas, no passado, ele não chegava." Ele diz que a verba foi suficiente para as equipes atuarem em julho e agosto, período mais crítico.
O secretário disse que esta semana o ministério vai divulgar uma estimativa do desmatamento na região nos últimos 12 meses, que indicam redução da atividade ilegal justamente no ponto mais crítico de toda a política de combate ao desmatamento: Mato Grosso.
OESP, 24/08/2005, p. A17 (Vida)
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