Correio do Povo-Porto Alegre-RS
29 de Ago de 2003
A audiência realizada ontem à tarde na Justiça Federal de Passo Fundo, entre representantes da prefeitura de Faxinalzinho, agricultores e lideranças indígenas do local terminou sem acordo. A audiência designada pela juíza Paula Beck Bohn buscava conciliação entre as comunidades indígenas de Kandóia e Votouro, com a participação de representantes do movimento pró-Faxinalzinho, visando a viabilizar a implementação e concretização do grupo de trabalho da Funai, para identificação e demarcação de área indígena se for o caso. Não houve consenso, pois a comunidade indígena de Votouro, liderada pelo cacique Jacir de Paula, condicionava a aceitação do grupo de trabalho da Funai à resolução de questões internas das duas comunidades.
O município de Faxinalzinho voltou a paralisar todas as suas atividades de rotina ontem à tarde. As aulas foram suspensas, o comércio fechou e cerca de mil pessoas se concentraram no acampamento de agricultores, a 300 metros do local onde estão 250 índios caingangues. Todos esperavam pelo resultado da audiência na Justiça Federal em Passo Fundo. Os índios, que teriam sido expulsos de outras reservas, acamparam em Faxinalzinho em março de 2002. Eles reivindicam a demarcação de uma área de 31 mil hectares na regão. Todo o território de Faxinalzinho tem 14 mil hectares.
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