Jornal do Commercio Brasil, Economia, p. A4
25 de Mar de 2011
Fabricantes de papel fazem contraposta ao Código Florestal
SÃO PAULO, SP - O duelo entre cientistas e ruralistas na discussão sobre o novo Código Florestal tem mais um participante: o setor produtivo do papel. Acompanhada de ONGs ambientalistas, a indústria papeleira apresentou hoje uma contraproposta ao projeto do novo código, cujo relator foi o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O documento, assinado por 30 empresas -incluindo as gigantes Suzano, Klabin e outras-, segue a linha do que estão propondo os cientistas para o novo código.
A ideia central é manter as chamadas APPs (áreas de preservação permanente), como no código que está em vigor, que é de 1965. Isso significa não desmatar as margens de rios e córregos (até 5 m de largura) e nem os topos de montanhas. As APPs seriam reduzidas se a proposta de Rebelo for aprovada na Câmara.
De acordo com José Luciano Penido, da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel), as definições sobre APPs não afetam o setor de papel, que, hoje, trabalha exclusivamente com áreas de reflorestamento. O novo código não impactaria nosso setor. Mas, se for aprovado, haverá um impacto ambiental, diz.
Essa discussão é puramente ambiental. De onde vem os polinizadores?, Completa Beto Mesquita, diretor do IBio (Instituto BioAtlântica) -signatário do documento apresentado. Mas, além da preocupação ambiental, o setor produtivo trouxe algo que poderia adoçar um pouco a discussão: a indústria quer incentivos econômicos aos imóveis rurais que não desmatarem.
Essa é a principal mudança em relação à proposta apresentada pelos cientistas. O documento será agora encaminhado a parlamentares e integrantes da discussão do novo código na Câmara dos Deputados. A ideia é que mais empresas, também de outros setores, assinem a proposta.
Por Sabine Righetti (Folhapress)
Jornal do Commercio Brasil, 25/03/2011, Economia, p. A4
http://jc3.uol.com.br/blogs/blogcma/canais/codigoflorestal/2011/03/26/f…
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