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Expulsão de povo Guarani de terra homologada prevista para amanhã às 6 da manhã

Cimi-Brasília-DF
13 de Dez de 2005

A expulsão dos mais de 500 Guarani Kaiowá que vivem da terra Nhande Ru Marangatu, município de Antônio João, Mato Grosso do Sul, está programada para acontecer às seis horas da manhã de quinta-feira, dia 15, segundo informação das lideranças daquela terra.

A apreensão no local é grande. Em carta datada de 8 de dezembro, a comunidade que vive em Nhanderu Marangatu prometeu resistir a desocupação de sua terra até a morte. "Estão enganada a autoridade que pensou que nós iremos nos entregaremos a eles como uma ovelha...Resistiremos até o último fôlego da nossa vida", afirmam na carta.

Histórico

A terra Nhande Ru Marangatu foi homologada em 29 de março. O decreto assinado pelo Presidente da República garantiria aos Guarani-Kaiowá a permanência em seu território tradicional, mas uma decisão liminar pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Min. Nelson Jobim, atendendo a pedido de fazendeiros invasores de terras indígenas no Mato Grosso do Sul, suspendeu os efeitos da homologação da terra indígena Ñande Ru Marangatu..

Nhande Ru Marangatu foi demarcada com uma extensão total de 9.316 hectares. No mesmo mês, os Guarani-Kaiowá da região, que até então viviam em 26 hectares de terra, retomaram cerca de 500 hectares de suas terras tradicionais.

Inconformados com o reconhecimento das terras como sendo de ocupação tradicional indígena, alguns fazendeiros iniciaram uma disputa judicial que levou à iminência de ações de despejo dos indígenas de suas terras demarcadas.

Na terra retomada, os Guarani-Kaiowá de Ñande Ru Marangatu, puderam voltar a produzir alimentos para subsistência, como mandioca, feijão, milho, batata, arroz, banana.

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