VOLTAR

Exigência de 'comércio justo' cresce no mundo

O Globo, Economia, p. 26
28 de Out de 2017

Exigência de 'comércio justo' cresce no mundo
Para certificadora internacional, portaria pode afetar exportações do Brasil

A decisão do governo de baixar uma portaria para mudar os critérios para classificar a prática de trabalho análogo à escravidão deve prejudicar a exportação de produtos brasileiros. E, mesmo que a portaria tenha sido suspensa por liminar no Supremo Tribunal Federal, a imagem do país foi arranhada, avalia Naji Harb, presidente no Brasil da Fairtrade. A Fairtrade International é uma entidade que emite uma certificação de fairtrade, ou "comércio justo".
A prática de buscar esse tipo de certificação tem crescido, sob pressão crescente dos consumidores. Além disso, grandes redes de supermercados, sobretudo nos países desenvolvidos, costumam adotar seus próprios critérios de responsabilidade social e ambiental ao comprar de seus fornecedores.
Os produtos certificados são aqueles que adotam na cadeia produtiva práticas ambientalmente responsáveis, além de salários justos e condições de trabalho adequadas. No Brasil, há 75 organizações certificadas pela Fairtrade, todas associações e cooperativas de produtores, que vendem de frutas frescas a café com o selo de comércio justo. Em todo mundo, 4 mil organizações de 123 países são certificadas.
- O selo é importante em qualquer lugar do mundo e para os produtos ganharem os mercados europeu, da América do Norte e da Ásia. Temo que o Brasil seja prejudicado por essa mudança. O governo ao tomar essa decisão não pesou o efeito econômico que isso pode ter - avalia Harb.
Para receber o certificado, as organizações e toda a sua cadeia passam por um processo de análise pela Fairtrade, e têm de atender a requisitos mínimos relacionados, por exemplo, às convenções fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Auditorias verificam se os critérios estão sendo seguidos e, caso qualquer desrespeito seja identificado, a certificação é suspensa. Os critérios Fairtrade consideram a legislação trabalhista do país ou a OIT, a qual for mais rigorosa. Não são aceitos nenhum tipo utilização de mão de obra infantil ou escrava. (Daiane Costa)

O Globo, 28/10/2017, Economia, p. 26

https://oglobo.globo.com/economia/exigencia-de-comercio-justo-cresce-no…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.