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Exército: ocupar Amazônia é prioridade

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: CARVÍLIO PIRES
20 de Abr de 2005

Em todos os estados da região há um questionamento quanto à política do Governo Federal para desenvolver a Amazônia. O engessamento de extensas áreas na forma de reservas indígenas, florestais, de proteção ambiental e parques nacionais é visto por muitos como fruto da pressão que deixa o Brasil de quina diante do interesse da comunidade internacional.
Nesse contexto, o Exército Brasileiro é visto como a tábua de salvação, capaz de impedir a internacionalização. Ontem, no Dia do Exército, o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Paulo Studart Filho, disse que a estratégia da força é ocupar a Amazônia.
Pela manhã o general Studart visitou pelotões de fronteira e viu o trabalho de seus homens em apoio à força-tarefa criada para conter possíveis conflitos decorrentes da homologação da área Raposa/Serra do Sol. À tarde, antes da solenidade comemorativa à data, falou com exclusividade à Folha. Elogiou o comportamento dos comandantes de organizações militares em Roraima em manter prontos os efetivos visando o cumprimento da missão em defesa da soberania nacional e das instituições.
Ao comentar a Ordem do Dia, destacou a referência aos antepassados que desde 1648 vêm de maneira heróica colocando acima de tudo os interesses do Brasil, prestando serviços à sociedade, como a Força Expedicionária Brasileira e outras forças de paz que têm participado com igual espírito de grandeza. Explicou que a Ordem do Dia é a palavra do comandante do Exército exaltando as tradições militares, o trabalho da força que também se transforma em braço de cooperação com o desenvolvimento regional e cada vez mais com a cidadania e o civismo.
PERPECTIVAS - O general disse que a 1ª Brigada é uma unidade dentro de um contexto maior, o Comando Militar da Amazônia. Pessoalmente, observa que cada vez mais o Exército Brasileiro dá seqüência a estratégia de priorizar a ocupação da Amazônia.
"A partir das instalações, o Exército tem efetivos prontos para emprego na região com conhecimento do cenário, da estratégia e técnicas operacionais. Mais que tudo, em função da carência e dificuldades regionais ao mesmo tempo coopera com o desenvolvimento, reduzindo dificuldades conjunturais que esse grande espaço brasileiro tem", declarou.
Sobre as perspectivas para Roraima disse, por exemplo, que no momento não existe possibilidade de adensamento dos pelotões de fronteira porque o Exército priorizou a instalação da 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira, na Calha do rio Negro.
"Uma quantia vultosa é alocada para construir batalhões em São Gabriel, Santa Isabel e Barcelos, que abrigarão efetivos numerosos vindos do Rio de Janeiro. Em Roraima há previsão de recebermos futuramente - talvez em três ou quatro anos - mais um batalhão a ser instalado na área de Caracaraí, com aproximadamente mil homens. Isso significa aumentar o estado de defesa que o Exército proporciona na região Norte", detalhou o general.
Na sociedade é comum se ouvir dizer que a criação de áreas indígenas na região deixa vulneráveis as fronteiras internacionais da Amazônia. "Esta problemática está relacionada à decisão de governo. Não me cabe discutir ou comentá-la. Quanto à presença do Exército em missão ela se dá em qualquer parte do território nacional, amparada na Constituição e no Decreto 4412 que assegura o trânsito e a execução de missões das Forças Armadas dentro de terras indígenas ou qualquer outra área do território nacional", declarou o general.

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