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Exclusão de área indígena também é criticada

Diário de Cuiabá-MT
30 de Mai de 2001

A não inclusão de áreas indígenas nos corredores ecológicos protegidos pelos recursos do PPG-7 (US$ 200 milhões nos próximos dez anos) também foi criticada durante o Encontro que está sendo realizado no Hotel Fazenda Mato Grosso. De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Frederico Müller, se as terras indígenas são as mais preservadas, teriam que entrar obviamente no Programa.

Para o presidente da Associação de Defesa do Rio Coxipó, Abel Nascimento, outro defeito do PPG-7 é excluir a educação ambiental dos financiamentos. Como se pode falar em sustentabilidade se não houver a conscientização de crianças e jovens?, pergunta ele. De acordo com Nascimento, os Encontros do PPG-7 deveriam ser realizados fora dos hotéis de luxo, para que tenham maior participação popular. Aqui, 90% dos participantes são governamentais, pois o maior interesse é com os recursos financeiros. Se os povos da floresta não têm nem como entrar aqui, imagine tomar a palavra e falar de seus problemas, afirmou.

De acordo com a vice-coordenadora da Rede Mata Atlântica, Maria Dalce Ricas, os projetos elaborados em gabinetes são baseados em fortes interesses econômicos e precisam remunerar muita gente antes de chegar ao seu destino — e por isso têm custos altíssimos, afirmou. Segundo ela, os projetos de gestão e compartilhada, elaborados nas próprias comunidades, geralmente têm baixo custo, requerem tecnologias de baixo impacto ambiental e possuem lisura financeira.

Dentro do PPG-7, apenas 15% dos recursos vão para programas elaborados nas comunidades, segundo o secretário técnico dos Projetos Demonstrativos (PDA, um subprograma do PPG-7). Segundo ele, nesses programas apenas 15% dos recursos são usados para consultoria e administração. Entretanto, os bons resultados dos PDAs, segundo Dalce Ricas, ainda não foram suficientes para vencer as barreiras culturais e econômicas tradicionais, e que caracterizam as políticas públicas no Brasil.

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