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21 de Jun de 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reforçou em Guaratinguetá, na primeira viagem à RMVale após a posse, sua posição contrária à demarcação de terras indígenas no país, além de apontar uma suposta conspiração internacional que ameaçaria a soberania nacional sobre a Amazônia.
OVALE publica hoje a segunda parte da entrevista com o presidente, que participou, nesta quarta-feira, de formatura de sargentos na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica), em Guará.
Ele também visitou a Fazenda da Esperança, obra social para recuperação de dependentes químicos.
ÍNDIOS.
"Não vou assinar nenhuma nova reserva indígena no Brasil", afirmou Bolsonaro, que assinou, antes de chegar a Guará, nova medida provisória devolvendo a demarcação de terras indígenas ao Ministério da Agricultura.
Ação idêntica do governo havia sido derrubada pelo Congresso anteriormente, que devolveu a função à Funai (Fundação Nacional do Índio), vinculada ao Ministério da Justiça.
No Vale do Paraíba, Bolsonaro fez duras críticas à questão indígena e apontou suposta pressão internacional por mais demarcação.
"Temos áreas maiores do que a região Sudeste como terra indígena. A reserva Ianomâmi é duas vezes o tamanho do Rio de Janeiro, para 9.000 índios. Não parece anormal? É uma pressão externa, de ONGs fora do Brasil. E só tem reserva em áreas ricas", afirmou.
A política do governo, segundo Bolsonaro, será a de integrar os índios à sociedade de consumo, e não segregá-los em reservas.
"Queremos integrar à sociedade. O índio é um ser igual a eu [sic] e você. Ele quer TV, internet, futebol, cinema, médico, dentista. Os outros [governos] que passaram querem tratar índio como se fosse ser humano pré-histórico, ficar enclausurado na sua reserva para a vida toda. O índio vai ser nosso parceiro para o desenvolvimento do Brasil."
AMAZÔNIA.
"Há uma grande faixa que ficará sobre jurisdição do mundo. Eles querem roubar a nossa Amazônia. A imprensa lá fora diz que quero destruir a Amazônia. Eu quero é garantir a Amazônia para nós."
Bolsonaro ainda criticou o que chama de 'Triplo A' como uma conspiração internacional para tirar do Brasil a soberania sobre o território amazônico.
A teoria do 'Triplo A' ou 'Corredor AAA' foi proposta pelo etnólogo e antropólogo naturalizado colombiano Martín von Hildebrand, nos anos 1990. Ele propôs preservar como um corredor ecológico faixa de 136 milhões de hectares entre a cordilheira dos Andes, a Amazônia e o Atlântico (daí os três 'A'). No Brasil, o corredor passaria pelos estados do Amazonas, Roraima e Amapá.
Presidente alega que economia 'vai bem' e que está 'desburocratizando o Estado'
Sobre a economia, Bolsonaro disse que vai bem e apontou a desburocratização como prioritária. "Quero combater o desemprego. A medida provisória da liberdade econômica desburocratiza muita coisa, tirando o Estado de cima de quem produz. Nosso projeto, que acham que é pouca coisa, ajuda e muito, diminuindo multas, acabar com pardais (radares). É infinidade de coisa que cada ministério está fazendo que está indo bem a economia. A produção rural subiu."
"Agora, a economia é como um grande navio, que não muda rápido. Vamos buscar reduzir o desemprego. Se aprovarmos a Previdência, recursos de fora e de dentro do país voltarão para o mercado em todas as áreas que precisamos, e o emprego aparecerá automaticamente"..
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