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Etnia indígena de MT irá iniciar processo de alfabetização em língua portuguesa

Seduc/MT - http://secommt.achanoticias.com.br/
Autor: Sergio Luiz Fernandes
15 de Jun de 2011

Os índios da etnia indígena Enawene Nawe, que vivem na região Noroeste do estado, serão, pela primeira vez, alfabetizados em língua portuguesa. O processo de escolarização formal dos indígenas será feito pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), com a participação da Operação Amazônia Nativa (Opan) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

São cerca de 600 índios que vivem de forma itinerante numa região compreendida pelos municípios de Juína, Sapezal e Comodoro (no momento, estão mais próximos de Comodoro).

De acordo com a secretária adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, Fátima Aparecida da Silva, num primeiro momento os enawene nawe não querem a instalação de uma escola na aldeia. O processo deve ocorrer da seguinte forma: a tribo selecionou 25 pessoas entre 18 a 25 anos. Destas, 12 serão alfabetizadas para serem formadoras. Nove serão capacitadas para atuar como agentes comunitárias de saúde (daí a presença da Funasa no trabalho). A Opan foi quem teve o primeiro contato com a etnia e providenciou a alfabetização em língua materna.

Conforme Fátima Aparecida, só depois deste processo é que deve ser instalada uma escola na tribo. Os quatro indígenas restantes dos selecionados devem atuar como administradores, tanto da escola como da unidade de saúde que devem ser criados.

Conforme a antropóloga Juliana Almeida, da Opan, os enawne nawe foram contactados pela primeira vez na década de 70. Até então, eram conhecidos como "salumã". Só na década de 80 se soube que, na verdade, este era o nome pelos quais eram identificados pelos indígenas vizinhos.

A tribo viveu muito tempo isolada. Só para se ter uma ideia, para se chegar a aldeia, a partir de Juína, o centro urbano mais próximo, são 60 km de estrada de chão e mais 200 km de barco. O contato dos enawene nawe com a comunidade branca só se intensificou na década de 90, quando das tentativas de construção de estradas em seu território. E presença do "branco" está cada vez mais próxima: no momento, oito de 11 obras de hidroelétricas estão em construção na região.

Essa maior proximidade da comunidade branca pode ter sido um dos fatores que levaram os indígenas a solicitarem tanto o processo de alfabetização como o de formação de agentes de saúde, outra reivindicação da tribo.

Segundo a gerente da Educação Escolar Indígena da Seduc, Letícia Antônia de Queiroz, a secretaria não impõe o processo de escolaridade às comunidades indígenas. "Este processo só é iniciado quando parte das próprias comunidades, o que ocorreu recentemente (em 2009)", observa.

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