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Estudo indica tarifa abaixo da média para usinas do Madeira

OESP, Economia, p. B5
25 de Jul de 2007

Estudo indica tarifa abaixo da média para usinas do Madeira

Alaor Barbosa

Os custos da energia elétrica nas hidrelétricas do Rio Madeira foram orçados entre US$ 23,02 por megawatt/hora (MW/h), para a usina de Santo Antônio, e US$ 25,50, para a de Jirau, conforme estudos do consórcio Odebrecht/Furnas. Os custos foram apurados com base no dólar em agosto de 2004, cotado a R$ 3,05. Ao câmbio atual, devem subir de forma expressiva em dólar, já que a maior parte da obra será em moeda local (reais). As obras civis, por exemplo, responderão por 35% do total, enquanto os equipamentos eletromecânicos responderão por 36%. A expectativa do governo é licitar as duas usinas até outubro.

Em reais de agosto de 2004, a previsão é que a usina de Santo Antônio custará R$ 9,672 bilhões e a de Jirau, R$ 10,250 bilhões. Mesmo assim, as tarifas das duas usinas ficarão abaixo dos preços médios dos últimos leilões da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que têm oscilado em torno de R$ 125 por MW/h. Ao câmbio atual, a tarifa dos leilões da EPE seria equivalente a US$ 66 por MW/h. A desvantagem das usinas do Madeira é a distância dos principais centros consumidores, o que obrigará a construção de uma linha de transmissão de 2.700 quilômetros de Rondônia até o interior de São Paulo.

Pelos estudos do consórcio, as despesas de meio ambiente atingirão 4,7% dos custos totais na usina de Santo Antônio (R$ 458 milhões)e 5,01% na de Jirau (R$ 513 milhões). Esses valores estão bem acima dos gastos em hidrelétricas construídas no País nos últimos anos, os quais têm oscilado entre 0,5% e 1,5%. A própria EPE queria limitar em 2% o teto para os gastos com o meio ambiente no Rio Madeira. O número de pessoas afetadas pela usina de Santo Antônio somará 2.046 pessoas. Na de Jirau, serão 953 pessoas.

Cada usina vai mobilizar 13 mil trabalhadores, em média, podendo chegar a 20 mil no pico das obras. Conforme os estudos, serão gerados ainda 50 mil empregos indiretos. A previsão é que cada usina demandará 44 meses para a construção. Portanto, se as obras tiveram início em meados do ano que vem, como prevê o governo, as duas unidades poderão entrar em operação ainda em 2012.

OESP, 25/07/2007, Economia, p. B5

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