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Autor: Sebastião Alves
13 de Abr de 2011
A cobertura vegetal da região Norte sofre alterações contínuas, a partir das mudanças no ecossistema do solo e da atmosfera. Esse dado, apontado na pesquisa intitulada 'Impactos no solo da conversão floresta uso-agropecuário na região sul do Amazonas', estimula estudo que visa investigar os impactos nas transformações da flora e sugerir formas de uso sustentável.
A iniciativa é do pesquisador Milton César Costa Campos, doutor em Ciências do Solo, do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), campus Humaitá que, por meio da parceria entre as Fundações de Amparo às Pesquisas do Amazonas e de São Paulo (FAPEAM e Fapesp), pretende apontar mecanismos de práticas de gestão em atividades agrícolas, além de subsidiar tomadas de decisões em Unidades de Conservação no sul do Amazonas (UD).
O objetivo de Campos é investigar os impactos nas transformações da flora utilizando técnicas de geoestatística multivariada (técnica que utiliza métodos matemáticos e estatísticos) no contexto das relações solo-paisagem, a partir das alterações causadas no solo advindo das atividades agropecuárias, que podem ser oriunda de ordem física ou biológica.
Quanto as alterações de ordem física, destacam-se o aparecimento e agravamento de processos erosivos, presença de assoreamentos de corpos d'agua (riachos, igarapés e pequenos lagos), alterações microclimáticas (alterações no regime hídrico), perda e agravamento da fertilidade dos solos e possivelmente alterações nos fluxos de CO2 para atmosfera.
Já a de ordem biológica, diz respeito à perda da diversidade, como resultado do desflorestamento. Segundo o pesquisador, essas atividades estão relacionadas aos dois impactos, principalmente pelo manejo inadequado dos solos devido a atividade agrícola, como também as atividades pecuárias. "Vale ressaltar que a problemática não pode ser atribuída somente às atividades agropecuárias em si, mas principalmente ao manejo inadequado", afirmou.
Uso sustentável do solo é o caminho
O pesquisador investe no binômio 'homem e natureza', como uma ação integradora de combinação entre o desenvolvimento econômico e o ambiental. Ele acredita que a partir dessa 'leitura de compressão' do sul do Amazonas - região com uma realidade tão desafiadora e tão conflitante - seja possível desvendar os mitos incorporados à realidade local para ajudar a desenvolver aquela localidade.
Metodologia aplicada é inovadora
De acordo com Campos, a metodologia do estudo é inovadora. A combinação entre as ferramentas tradicionais (análises químicas, físicas e mineralógicas do solo) e sofisticadas (refletância difusa e suscetibilidade magnética) associada à leitura de emissão de CO2 in situ, em diferentes ambientes amazônicos, somadas a análises de ponta como técnicas estatísticas multivariadas e geoestatística colocam sua equipe de pesquisa numa posição de vanguarda no cenário regional e nacional, contribuindo para o desenvolvimento científico do Amazonas e da região Norte.
Outro diferencial da pesquisa é a formação de recursos humanos especializados no interior do Estado e como 'suporte' aos Programas de Pós-Graduação em Agronomia Tropical, da Ufam, e de Ciência, Inovação e Tecnologia para a Amazônia, da Universidade Federal do Acre (UFAC).
Apoio da FAPEAM
"A FAPEAM tem proporcionado oportunidades únicas, possibilitando a realização de projetos relevantes para a região. No nosso caso, foi possível implantar uma infraestrutura de laboratório no campus de Humaitá, o que favorecerá a fixação de pesquisadores oriundos de outras regiões do País", ressaltou o pesquisador.
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