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Estudo aponta baixo efetivo para proteger ambiente

FSP, Brasil, p. A11
14 de Jun de 2009

Estudo aponta baixo efetivo para proteger ambiente
Segundo relatório do Ministério da Justiça, cada policial ambiental monitora uma área equivalente à metade do município de SP

Eduardo Scolese
Da sucursal de Brasília

Levantamento recém-concluído pelo Ministério da Justiça revela o desaparelhamento e o baixo efetivo do policiamento ambiental nos Estados. De acordo com o relatório, cada policial voltado para essa atividade monitora, em média, uma área equivalente à metade do município de São Paulo.
Nos Estados da Amazônia Legal, a proporção é 458% superior à média nacional: um policial ambiental a cada 4.800 km2, quase o tamanho do Distrito Federal.
Segundo o relatório, são 8.860 policiais, na maioria militares, que atuam em atividades ambientais, como no combate ao desmatamento ilegal, apreensão de madeiras, poluição de rios e tráfico de animais.
A maior proporção está no Amazonas: um profissional a cada 174,5 mil km2. Os próximos do ranking são Pará, Piauí, Bahia, Maranhão e Tocantins.
"Os Estados de colonização recente têm muita área inóspita. Seria uma coisa muito discrepante a quantidade de policiais ambientais para uma população relativamente pequena", diz Alex Canuto, técnico da Secretaria Nacional de Segurança Pública, responsável pelo relatório.
"O que é mais importante: ter mais policiais evitando assaltos numa grande cidade ou ter mais policiais fora do perímetro urbano protegendo o meio ambiente", completa.
Os dados foram encaminhados pelos Estados em 2007 e no início de 2008. Três não responderam ao questionário: Acre, Mato Grosso e Roraima, todos eles da Amazônia Legal.
As informações são referentes a dezembro de 2006, ou seja, defasadas em dois anos e meio. Esse quadro, porém, pouco mudou, diz Canuto.
A página na internet Polícia Militar Ambiental do Brasil (www.pmambientalbrasil.org.br), mantida pelo tenente-coronel da PM Ângelo Rabelo, cita o número de 8.170 policiais ambientais.
A quantidade de veículos em uso para as atividades também indica o despreparo das polícias estaduais. Há um veículo (como carro, lancha, barco e jet-ski) a cada 3.345 km2 -área equivalente a três vezes a cidade do Rio de Janeiro.
Na maioria dos Estados, os policiais ambientais atuam também em outras atividades. A dedicação é exclusiva em apenas oito deles: Amapá, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Esse tipo de relatório serve, em tese, para o governo federal propor auxílio financeiro em troca de projetos a serem apresentados pelos Estados. Neste ano, porém, isso está descartado, por conta dos cortes orçamentários justificados pela crise econômica internacional.

FSP, 14/06/2009, Brasil, p. A11

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