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Autor: Nonato Sousa
25 de Jun de 2010
Mais um crime brutal contra uma mulher foi registrado ontem pela polícia. A vítima foi uma índia da etnia Yanomami que nasceu na terra indígena, mas foi criada na capital. Waimasse de Magalhães Tavares, 20, que era estudante, foi morta a facadas dentro de casa na manhã de ontem, na rua Joseno Machado Alencar, no bairro Calungá, a cerca de 200 metros do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar. O principal suspeito do crime é o ex-namorado dela, identificado pelo nome de Paulo José, apelidado de Doido, e que mora na mesma rua da casa da vítima.
Segundo informação de vizinhos, o crime ocorreu por volta das 10h30 da manhã. As testemunhas disseram ter ouvido barulho de vidro quebrando na casa, porém não suspeitaram de nada. As testemunhas afirmaram que não ouviram gritos ou outro barulho que indicasse uma discussão ou um assassinato.
O crime só foi descoberto por volta das 12h30, quando o pai de criação de Waimasse Tavares, Manoel Tavares, chegou do trabalho e percebeu o vidro da porta quebrado. Nervoso e suspeitando que algo poderia ter acontecido, ele não conseguiu abrir o portão da casa e, com a ajuda de um vizinho, pulou o muro. Ao chegar à cozinha, ele se deparou com a jovem caída ao chão já sem vida.
Uma guarnição da Polícia Militar chegou ao local cerca de meia hora depois e isolou a cena do crime até que a equipe de peritos da Polícia Civil chegasse a casa. Por volta das 16h, quando os peritos concluíram a perícia em busca de alguma pista do assassino, o corpo de Waimasse Tavares foi retirado do local pela equipe de auxiliares de necropsia do IML (Instituto de Medicina Legal).
O cabo Nunes Neto, da Polícia Militar, disse que o pai da jovem morta relatou que o ex-namorado Paulo José, o Doido, tinha perfil violento e não aceitava o fim do namoro, por isso já tinha feito várias ameaças de morte à vítima. O policial informou ainda que, ao observar o corpo de Waimasse no chão, pôde ver pelo menos duas perfurações, uma delas no pescoço e outra em uma das pernas.
Para a polícia, a vítima foi pega de surpresa e atingida logo no pescoço, por isso não teve tempo de pedir socorro. Os policiais estiveram na casa do suspeito, mas não foi encontrado no local e ninguém da família soube falar seu paradeiro.
Vizinhos e amigos da jovem morta confirmaram a informação do policial. Uma destas testemunhas chegou a revelar que, na noite anterior, Doido teria discutido com Waimasse Tavares na frente da casa, por ciúmes, depois de vê-la com outro rapaz em um arraial.
Ainda ontem, agentes da DGH (Delegacia Geral de Homicídios) iniciaram a investigação e tentaram localizar Paulo, mas até o final da tarde não conseguiram encontrá-lo. Extraoficialmente, a Folha foi informada que a DGH também está investigando outro suspeito, que também não foi encontrado.
Este foi o segundo crime contra uma mulher no período de 24 horas. Na quarta-feira de madrugada, Maria Madalena Leocádio da Silva, 25, foi assassinada dentro de casa por estrangulamento pelo seu ex-companheiro, Alexandre Souza Pinto de Medeiros, 24.
Ele foi preso em flagrante e confessou o crime passional, ao alegar que havia flagrado a ex-mulher beijando outro homem. Ao chamar a vítima para conversar dentro da casa, ela teria afirmado que estava tendo um novo relacionamento. Ele a estrangulou com uma gravata.
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