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Estrada do Pacífico

Página 20-Rio Branco-AC
10 de Out de 2002

Equipamentos sofisticados e tecnologias avançadas

A construção da Estrada do Pacífico está sendo feita de maneira histórica, desencadeando a integração macrorregional com o Peru e a Bolívia. Com essa visão, o governador Jorge Viana dá um salto para o futuro com a pavimentação da rodovia e coloca a região de frente para um mercado de 30 milhões de consumidores.

A empreiteira Tercam tem larga experiência em construir rodovias federais, know-how que está aplicando na Estrada do Pacífico, lançando mão de equipamentos sofisticados e tecnologias avançadas para garantir um bom padrão de estrada exigida pelo governo federal.

Equipamentos - Tendo em vista a baixa qualidade do solo na região que não suportaria tráfego intenso de carga pesada, a construtora tem em operação um tanque para espalhar cimento e uma recicladora moderna. O caminhão tanque para 10 toneladas de cimento tem a função de espalhar o material com uniformidade sobre o leito de barro e cimento. Atrás desse procedimento vem a recicladora misturando homogeneamente o cimento com o barro e a areia, garantindo com isso maior resistência na base da estrada. A empresa está aplicando 144 mil sacas de cimento para garantir um bom padrão técnico da rodovia.

Outra máquina mais sofisticada é a vibroacabadora eletrônica que molda a pista de asfalto com sensibilidade de milésimos de milímetro, corrigindo as imperfeições deixadas na base da estrada. Ela é guiada eletronicamente por um cabo de aço ao longo da pista, que garante um padrão de conforto de rodovias do primeiro mundo, como se fosse um tapete, sem ondulações.

Tecnologias

Nenhuma outra rodovia construída no Acre utilizou tantas tecnologias novas para garantir a qualidade da obra. O último inverno na região durou oito meses, com 240 dias chovendo diariamente, derretendo ramais e estadas. Para fazer esse enfrentamento a Tercam utilizou técnicas modernas de construção de rodovias, a seguir:

Colchão drenante para eliminar lençóis freáticos - bolsões de água no subsolo. Foram utilizados 9.729 m² de colchão utilizando Bidim, uma espécie de feltro que espalhado sobre uma camada de brita possibilita a drenagem da água, sem afetar o leito da estrada;

Rip-rap vegetativo é uma barreira de sacos com terra, calcário e sementes de capim para conter a erosão nas encostas. Numa semana o capim brota formando uma parede consistente que adere aos barrancos. A estrada cortou mais 200 pequenos morros até Assis Brasil, com encostas de até 12 metros de altura e que se tornam ameaças futuras ao padrão da rodovia;

Controle tecnológico das diversas camadas da pavimentação, como sub-leito, sub-base, base e capa asfáltica, com a viga de Benkelman. Esse instrumento mede a profundidade dos sulcos deixados pelos pneus de um caminhão carregado, e essa deflexão deixada no material aplicado é corrigida;

Dreno longitudinal é aplicado para eliminar a água em trechos com umidade alta e que no futuro se transforma em atoleiros. Mais de 4.200 metros de dreno foram colocados na rodovia;

Valeta de proteção dos cortes que na época da chuva evita que as águas pluviais desçam pelas encostas provocando erosão;

Dissipador de energia é uma técnica aplicada nas saídas dos bueiros para conter a velocidade da água, evitando com isso a erosão; e o

Rip-rap solo-cimento, um aterro feito nas encostas de bueiros triplos, com saco de terra e cimento para forma uma parede resistente à erosão. Nos igarapé com grande volume de água, geralmente se forma uma espécie de remanso à entrada do bueiro e que com o tempo afeta o leito da estada.

Peruanos invadem Assis Brasil

A Estrada do Pacífico será a via de integração por onde o turismo vai desembarcar no Acre, puxando para a economia regional divisas dos ávidos consumidores peruanos. Os peruanos depositam também seu futuro na rodovia, como corredor de exportação e via de mão dupla para o turismo. Nas comemorações do 7 de Setembro, Assis Brasil tinha mais peruanos que mesmo brasileiros, na visão entusiasmada do prefeito Manoel de Araújo, que não acredita no que está vendo: "O asfalto está entrando na cidade. Isso é um sonho. Ainda estamos atordoados com essa realidade, garantida pelo governo de Jorge Viana, comprometido com a qualidade de vida da população".

No final de semana, duas delegações com 130 estudantes peruanos do colégio técnico agropecuário Jorge Chavez Renjifo Planchón e da escola Carlos Fernin Fitcarald desembarcam em Assis Brasil e tomaram de assalto o supermercado local, comprando tudo que era novidades para eles, num verdadeiro burburinho com apenas dois caixas para atendê-los. Os estudantes levaram em sacolinhas creme dental, brinquedos, jogos, kits de beleza e até palha de aço. A proprietária, Tana não se queixava do congestionamento dentro do mercado e com sua máquina ligeira vai recebendo qualquer tipo de moeda; real, solo peruano, dólar ou peso boliviano. Ela aposta na Estrada do Pacífico como fonte de desenvolvimento da região.

Delegação visita a Tercam

O lado peruano também acredita no desenvolvimento que vai correr pela Estrada do Pacífico. Uma delegação de altos funcionários do governo do Peru, chefiada por Albert Alejandro Zambrano Rumayna, do Instituto Nacional de Desarrollo, do Ministério de La Presidência, visitou em setembro o acampamento da Terçam para conhecer as potencialidades tecnológicas da construtora.

Os peruanos não têm know-how na construção de rodovias de qualidade, por isso vieram conhecer a empresa que constrói a estrada que vai provocar o desenvolvimento regional. Albert Rumayna mostrou-se interessado numa parceria com a empresa brasileira, inclusive fazendo convite para conhecerem o trecho da Estrada Transoceânica, com 320 quilômetros de Inãpari - na fronteira de Assis Brasil - a Maldonado.

O convite a Tercam se estendeu à possibilidade dela participar da concorrência para construir esse trecho, ou pelo menos firmar um intercâmbio tecnológico para garantir um bom padrão de rodovia.

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