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Estimativa DNPM - Anuário 2001

DNPM - Anuário 2001
Autor: Amóss de Melo Oliveira
01 de Dez de 2001

I - OFERTA MUNDIAL - 2000

A oferta mundial de diamante, no ano de 2000, foi aproximadamente igual a do ano de 1999. Embora alguns países tenham aumentado significativamente suas produções, com destaques para o Canadá, Congo e Rússia, não refletiu em aumento da produção total, apenas cobriu o decréscimo de produção apresentado pela Austrália. Os maiores produtores continuam sendo a Austrália, Botswana, Rússia, Congo (Kinshasa) e África do Sul, que conjuntamente contribuíram com 76,0% da produção mundial no ano de 2000 e detêm cerca de 80,0% das reservas mundiais. O consumo de diamante industrial é imensamente superior a produção, a demanda é suprida por diamante sintético, produzido em diversos países. A produção de diamante industrial é da ordem de 60,0 x 106 ct e a produção de sintético em 1998 foi de 463 x 106 ct. A comercialização apresentou oscilações, em decorrência principalmente da retração no Japão e expansão nos Estados Unidos, que são os dois maiores mercados consumidores de diamantes lapidados. Existe uma preocupação forte por parte de entidades humanistas não governamentais e da ONU, no sentido de oficializar a comercialização de diamantes, através de certificados de procedência, em países africanos, onde ocorrem guerras internas, visto que parte dos recursos oriundo das vendas está sendo direcionada para a aquisição de produtos bélicos e manutenção de guerrilhas. A manutenção de estabilidade de preços, sustentada pela De Beer, depara com uma série de ajustamentos, para conter as tendências do mercado.

II - PRODUÇÃO INTERNA
A produção brasileira de diamante, principalmente a oriunda da atividade garimpeira, manteve no ano de 2000 aproximadamente o mesmo nível de produção do ano anterior. No final do ano de 2000, foram reativadas algumas áreas aluvionares diamantíferas com alto teor, no Estado de Rondônia (RO), situadas em áreas indígenas, que o Poder Público está intervindo no sentido de cumprir a constituição que proíbe qualquer atividade econômica nestas áreas. O percentual da produção do segmento empresarial foi de 2,0% em 1999, aumentou para 8,0% no ano de 2000, que corresponde a 80.000 ct. Devido a quase exaustão do garimpos antigos e controle de órgãos ligados ao meio ambiente, as regiões de maior produção de gemas estão em declínio, atualmente predomina a produção de qualidade industrial. Através de cálculos conservadores, estima-se o valor da produção em US$ 45 milhões.

III - IMPORTAÇÃO
Em 2000 o país importou US$ 21,2 milhões em diamante, incluindo principalmente pós de diamante de origem natural e sintética e manufaturados com diversas especificações. Os principais países fornecedores de bens primários foram: Irlanda (48,0%), Estados Unidos (36,0%), Reino Unido e Alemanha e de manufaturados Itália (31,0%), China (25,0%), Japão (14,0%), Estados Unidos e Espanha, ressaltando os Estados Unidos, Irlanda e Itália como os maiores exportadores.

IV - EXPORTAÇÃO

O Brasil exportou em 1999 US$ 13 milhões, em 2000 US$ 13,2 milhões, embora houve reativação da produção a partir de 1998, as exportações não vêm correspondendo ao aumento de produção. O principal país de destino de bens primários foi Bélgica (95,0%) e de manufaturados foram: Estados Unidos (55,0%), Argentina (15,0%), Paraguai (9,0%), Alemanha (6,0%) e Bolívia (3,0%). Cabe ressaltar que os diamantes na especificação como bens primários, responde por cerca de 80,0% do valor total da exportação.

O Brasil já teve importantes centros de lapidação, que com o passar do tempo foram reduzidos, em função da tendência do mercado de exportação absorver quase que somente pedras em bruto.

V - CONSUMO
Não é possível quantificar o consumo de diamante, por não se ter conhecimento da quantidade lapidada e absorvida pela indústria joalheira, estima-se que seja da ordem 50.000 ct, incluindo principalmente pedras pequenas, que correspondem aproximadamente a 10,0% da produção de gemas, mais o consumo de parte da qualidade industrial e a quantidade importada. Em função da lenta recuperação da economia brasileira, verifica-se que o consumo apresenta tendência de crescimento.

VI - PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS
Existem vários projetos de empresas de mineração direcionados à pesquisa de diamantes de gêneses primária e aluvionar, principalmente nos estados de Minas Gerais, Rondônia, Goiás, Paraná e Mato Grosso, notadamente neste último estado, onde já se identificou mais de duas dezenas de corpos kimberlíticos, sendo alguns com diamantes em teor antieconômico.

VII - OUTROS FATORES RELEVANTES
Presume-se que o preço de diamante industrial, não deve oscilar para baixo ou permanecer no nível atual de US$ 25.00 ct, devido a retração da produção Australiana de 10,0 x 106 ct. A este preço, a produção garimpeira tem lucratividade e deve no mínimo permanecer estável. Destaca-se o aumento significativo da produção de diamante de gênese

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