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Estiagem prolongada seca rios e afeta Roraima e o norte do Pará

FSP, Cotidiano, p. C3
17 de Dez de 2009

Estiagem prolongada seca rios e afeta Roraima e o norte do Pará

Jean-Philip Struck
Da agência Folha

A estiagem prolongada que atinge parte da região Norte secou rios, provocou escassez de água e fez 22 municípios decretarem estado de emergência. Roraima e o norte do Pará são os lugares mais atingidos.
Em Roraima, 4 dos 15 municípios decretaram estado de emergência. Rorainópolis (298 km de Boa Vista), segunda maior cidade do Estado, com 25 mil habitantes, está racionando água porque os poços que fazem o abastecimento estão quase secos.
Nos municípios de São João da Baliza, São Luiz do Anauá e Caroebe, no sul do Estado, não chove há 90 dias. O gado sofre com a falta de água nos rios e igarapés. A água que sobra nos rios está contaminada por milhares de peixes mortos.
O governo do Estado pediu recursos federais para construir cisternas para fornecer água ao gado.
Produtores de banana perderam toda a produção. "Se não chover, vamos ter que decretar emergência no Estado inteiro", afirma Kléber Gomes, secretário-executivo da Defesa Civil de Roraima.
Os agricultores e pecuaristas estão sendo orientados a não realizar queimadas. "Se um queimar, vamos perder o controle", diz Gomes.
No Pará, falta água nos municípios de Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari, na ilha de Marajó.
"Nós sempre passamos seis meses embaixo d'água e outros seis na seca, mas desta vez os poços secaram. Isso nunca tinha acontecido", afirma Alexandre Lima, coordenador da Defesa Civil de Cachoeira e Santa Cruz.
Duzentas cestas básicas foram enviadas pelo governo do Estado à população afetada -pescadores e pequenos agricultores que tiveram que interromper suas atividades.
No Amazonas, 15 municípios estão em estado de emergência, a maior parte deles na região do alto rio Negro.
No Amapá, o coordenador da Defesa Civil, Giovanni Maciel Filho, diz que as chuvas parecem estar ganhando intensidade e que já não é mais necessário distribuir água para comunidades que sofriam com os efeitos da estiagem. Para o coordenador, a falta de chuvas teve até aspectos positivos. "Sem chuva, a incidência de dengue diminuiu no Amapá."
Segundo o meteorologista Ricardo Dallarosa, do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), a média de chuvas de dezembro deve ser inferior à metade do que é considerado normal para o mês por causa do fenômeno El Niño, que interfere no clima da região.
"Está chovendo, mas não é suficiente. São chuvas esparsas, muito localizadas", afirma Dallarosa. Para o meteorologista, o volume menor de chuvas vai durar até o fim de janeiro ou começo de fevereiro.

FSP, 17/12/2009, Cotidiano, p. C3

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