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Estiagem agrava a desnutrição de indígenas

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
Autor: Edir Oliveira
10 de Mar de 2005

A desnutrição e as doenças causadas por má alimentação que atingem populações indígenas, causando, principalmente, a morte de crianças em diversas regiões do país, são agravadas no Rio Grande do Sul pela estiagem. A afirmação foi feita ontem pelo secretário estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (STCAS), Edir Oliveira. De acordo com ele, das 3,5 mil famílias indígenas (cerca de 20 mil pessoas) existentes no RS, 2,7 mil (ou 14 mil pessoas) são consideradas como muito pobres, necessitando de suplementação alimentar. 'No ano passado, em uma ação conjunta com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), distribuímos cestas básicas a essas famílias durante nove meses. Agora, em função da seca, o problema se agravou', admitiu Oliveira.

A secretaria e o Conselho Estadual dos Povos Indígenas estão buscando novamente recursos junto ao ministério. Até a próxima semana, a STCAS oficializará o pedido de inclusão das comunidades indígenas nos programas do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS (Consea), que possui ações de segurança alimentar não necessariamente emergenciais. No dia 15 de março, em Passo Fundo, haverá uma reunião na sede da administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), da qual participarão representantes da fundação e da secretaria e lideranças indígenas, para discutir as conseqüências da estiagem sobre as comunidades existentes no Rio Grande do Sul.

Conforme dados da STCAS, 90% das 2,7 mil famílias carentes de indígenas residentes no RS se encontram nas cidades de Ijuí (38%), Passo Fundo (35%) e Erechim (17%), cidades localizadas nas regiões mais atingidas pela estiagem. Os índices de mortalidade infantil entre os índios são altos nos 32 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), como são denominadas as áreas de reservas existentes no Brasil. Em 2004, o índice de mortalidade infantil entre índios foi de 44,4 a cada mil nascidos vivos. A média do país, levando em conta a população como um todo, é de 24 a cada mil nascidos vivos.

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