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Estamos queimando nossa riqueza biológica

OESP, Vida, p. A30
02 de Set de 2010

"Estamos queimando nossa riqueza biológica"

"Estamos sentados num baú de ouro e não sabemos o que fazer com ele", disse ontem o gerente de conservação da biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Braulio Dias (foto). O baú de ouro, no caso, é a biodiversidade brasileira - que é a maior do mundo, mas fica um pouco menor a cada dia, com o avanço do desmatamento em todos os biomas. "Não sabemos aproveitar essa riqueza. E pior, estamos queimando-a", completou Dias, em referência à onda de queimadas que sufoca o País há mais de um mês.
Promover o uso sustentável da biodiversidade - além da necessidade básica de preservá-la - é um dos objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas, que fará sua 10.ª Conferência das Partes (COP 10) em outubro , em Nagoya (Japão).
Segundo Dias, falta apoio financeiro e político para o desenvolvimento de atividades que permitam explorar economicamente os recursos biológicos do País - em vez de simplesmente substituir florestas e savanas por monoculturas de grãos e bois, como ocorre na maioria das vezes.
"Não adianta ter a legislação ambiental certa se os incentivos econômicos estão errados", afirmou, em um workshop preparatório para a COP 10, promovido pela organização WWF. O orçamento do ministério, segundo ele, é insuficiente para garantir a conservação e promover o uso sustentável das espécies e dos biomas brasileiros. "Não temos dinheiro nem equipes técnicas suficiente para fazer frente a esse desafio."
A CDB, que funciona nos mesmos moldes da convenção que trata das mudanças climáticas, diz que os países ricos devem ajudar financeiramente e tecnologicamente os países pobres a proteger sua biodiversidade. Mas o Brasil já poderia fazer muito mais com seus próprios recursos, segundo Bráulio, se priorizasse o tema como deveria.

OESP, 02/09/2010; Vida, p. A30

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100902/not_imp603956,0.php

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