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Estados Unidos prometem não importar mogno brasileiro

Midianews-Cuiabá-MT
01 de Fev de 2002

Mogno exportado ilegalmente do Brasil não entrará nos Estados Unidos. Foi o compromisso formal que o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Hamilton Casara, recebeu do subsecretário de Estado do Governo Americano e de uma dezena de Ongs ambientalistas, com sede nos Estados Unidos, durante audiências e almoços durante a semana, em Washington, onde Casara representa o governo brasileiro numa série de reuniões ambientais. Espécie em risco de extinção, a exploração do mogno foi proibida desde outubro do ano passado. Mesmo assim, algumas exportadoras conseguem enviar a madeira para os Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Venezuela e Caribe, valendo-se de liminares concedidas pela justiça brasileira.

As estratégias para impedir o desembarque do mogno nos portos dos Estados Unidos serão definidas nesta sexta-feira, em Washington, onde o presidente do Ibama voltará a se reunirá com representantes dos departamentos de Estado e de Justiça, do FBI, da Interpol, além das Ongs ambientalistas que estão elaborando uma relação das empresas importadoras e exportadores de mogno em todo o mundo. Além dos EUA, da Inglaterra, e do Japão - maiores importadores, a madeira também é importada pela Venezuela e pelo Caribe.

Parabenizado por todos pela iniciativa, o presidente do Ibama falou por telefone, de Washington, que recebeu apoio incondicional das Ongs ambientalistas, particularmente do Greenpeace que lhe prometeu liderar mais esta causa. Na noite de quarta-feira as Organizações Não Governamentais americanas ofereceram uma recepção a Casara, e colocaram-se à disposição do Ibama em tempo integral para pressionar o governo dos EUA a montar uma fiscalização rigorosa nos portos e proibir o desembarque de toda carga de mogno proveniente do Brasil. No mesmo dia o presidente do Ibama almoçou na Embaixada do Brasil com autoridades americanas do meio ambiente e do ministério da Ciência e da Tecnologia.

BIDxUS$ - do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington, o presidente do Ibama teve uma boa surpresa. Recebeu a garantia de US$ 60 milhões - o dobro dos US$ 30 milhões solicitados por "carta consulta" para implantar a inédita Rede de Escritórios Especializados de Fronteiras (REEF), projeto anunciado por Casara em meados de janeiro município de Costa Marques, em Rondônia. Casara foi recebido pelo diretor do BID para Brasil e o Suriname, Daniel Oliveira, que estava acompanhado da chefe da Divisão Administrativa, de Recursos Naturais e do Meio Ambiente do banco, Assuncion Aguiar.

Toda informatizada, a rede pretende fortalecer a fiscalização do Ibama nos 25 pontos críticos da fronteira internacional do Brasil localizados em dez estados brasileiros que fazem divisa com nove países, conforme a relação anexa. Segundo o diretor da Divisão de Fauna e de Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos - que acompanha Casara aos EUA, o objetivo da REEF é impedir o tráfico da flora e da fauna, inclusive de peixes, e reduzir os graves problemas ambientais nestas regiões. Para atingir os objetivos propostos, o Ibama está mantendo entendimentos com autoridades ambientais e diplomáticas dos países fronteiriços para um trabalho conjunto. Em Washington, Casara e Anchieta esperam das autoridades americanas apoio institucional para impedir o tráfico de animais silvestres - o terceiro maior do mundo, só liderado pelo de armas e de drogas.

Contatos com o presidente do Ibama, nos EUA: secretário Roberto Goidanich, chefe do setor de Meio Ambiente, Direitos Humanos, e Temas Sociais da Embaixada do Brasil, em Washington.

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