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Estado multa CSA em R$ 1,8 milhão por poluição

O Globo, Rio, p. 20
24 de Ago de 2010

Estado multa CSA em R$ 1,8 milhão por poluição
Defeito em equipamento leva siderúrgica a reduzir produção; situação levará 2 semanas para ser normalizada

Cláudio Motta

A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) foi multada ontem em R$ 1,8 milhão por causar poluição do ar em Santa Cruz. A empresa já tinha sido autuada no dia 16. O valor da multa, que poderia variar de R$ 800 a R$ 2 milhões, foi fixado pelo Conselho Diretor do Instituto estadual do Ambiente (Inea).

Após ser notificada, a CSA terá 15 dias para recorrer.

A secretária do Ambiente, Marilene Ramos, ressaltou o fato de a CSA não ter informado ao Inea problemas na sua produção. Assim, as providências para minimizar as emissões de material particulado na atmosfera - uma espécie de limalha de ferro - poderiam ter sido tomadas com mais antecedência.

- Não ter comunicado o problema é agravante - disse a secretária. - O projeto (da CSA) teve falhas, trazendo problemas gravíssimos para a população do entorno.

A poluição foi causada por um defeito na máquina de lingotamento, impedindo o equipamento de processar todo o ferro fundido no alto-forno da siderúrgica. O excedente tem sido então despejado, há pelo menos uma semana, num pátio de emergência - local sem os mesmos equipamentos de controle ambiental. Quando a aciaria entrar em funcionamento, daqui a duas semanas, poderá receber todo o ferro fundido dentro dos padrões ambientais definidos pelo estado.

Até lá, o estado exigiu a redução da produção a níveis mínimos: 40% da capacidade do altoforno. Além disso, a aspersão de água no pátio de emergência foi aumentada a fim de reduzir a quantidade de partículas lançadas no ar. Também será necessário fechar o local e instalar uma coifa. Uma equipe do Inea está sendo mantida na siderúrgica para fazer o acompanhamento diário.

Além de monitorar a qualidade do ar em Santa Cruz, o Inea espera receber relatórios das secretarias de Saúde do estado e do município. O objetivo é saber se houve aumento no número de atendimentos nos postos e hospitais da região.

A CSA preferiu não se manifestar sobre a multa aplicada. A empresa publicou uma declaração no último domingo, na qual informa que está em fase de pré-operação. Nesse período, os equipamentos são acionados para testes e ajustes para a estabilização dos processos produtivos. A empresa diz que as emissões estão reduzidas a níveis mínimos.
Colaborou Fabiana Ribeiro

O Globo, 24/08/2010, Rio, p. 20

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