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Esportes, cultura e artesanato são atrações nos Jogos Indígenas de Pernambuco

Funai
30 de Nov de 2007

A arena da praia do Bairro Novo, em Olinda (PE), onde está sendo sediado o IX Jogos dos Povos Indígenas atrai mais público a cada dia. A cultura indígena é alvo dos olhares curiosos de toda a população local, que diariamente comparece em grande número. São 28 etnias presentes que trouxeram consigo as marcas culturais de suas comunidades, como seus costumes, a língua, adereços, artesanatos, rituais e danças típicas que as caracterizam e diferem das demais.

O intercâmbio cultural que está sendo promovido nestas cidades - Recife e Olinda - é algo singular, pois consegue trazer uma imensa variedade cultural, gerando a interação entre o público e os indígenas. A disputa dos esportes tradicionais como canoagem, arco e flecha, arremesso de lança, corrida de tora e natação - modalidades esportivas disputadas pelos indígenas - conseguiram chamar a atenção dos olindenses para conhecer a realidade do indígena brasileiro. É um choque cultural, no qual aprende-se a respeitar as diferenças.

"Os brancos devem conhecer nossa cultura para nos defender", afirmou Paulo Domingos Xavante, que diz ser esta uma boa experiência para seu grupo apresentar as práticas tradicionais e fomentar a cultura. Ele conta que com esse contato está podendo transmitir aos não-indígenas a importância do índio, além de aprender com seus parentes (índios) mais experientes. "Vamos mostrar nossas habilidades como o arco e flecha e aprender um pouco mais a dos brancos, como o futebol'. Ressaltou o guerreiro Karuaiwá Kuikuro, ganhador da prova de arco e flecha.

A programação dos jogos é incrementada com apresentações de esportes típicos desses povos e conta ainda com demonstrações de corrida de tora, Jikunahiti, Kaipy, Hipipi e lutas corporais, além de apresentações artísticas. "Vamos mostrar no esporte as nossas diferentes culturas", resume Reginaldo Bakairi.

Além das expectativas

Torna-se nítida a importância desses jogos para a população local e principalmente para os indígenas, que foram acolhidos de forma fervorosa. "Estamos num momento de troca muito grande e só temos a ganhar. Não há do que reclamar porque para gente está sendo tudo bom" resume Aristidis Rickbatsa, que veio ao estado de Pernambuco, acompanhado de sua família, não somente a fim de participar dos Jogos, mas para comercializar o artesanato confeccionado na aldeia.

Para muitos indígenas a venda de artesanato é a fonte de renda e subsistência de sua comunidade. São expressões artísticas que simbolizam a cultura material e imaterial, pois as peças agregam significados rituais, únicos e possuem características do seu povo.

O público de Olinda tem comparecido gradativamente ao espaço destinado ao artesanato. Há bastante procura por utensílios indígenas, de forma que algumas etnias já não possuem mais artesanato para a venda, que vão desde arco e flechas à bancos de madeira, esteiras, colares e outros adereços.

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