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Especialista critica projeto de rotulagem para transgênicos

OESP, Geral, p. A10
18 de Nov de 2003

Especialista critica projeto de rotulagem para transgênicos

Se aprovado como está, o projeto de lei que regulamenta atividades com transgênicos pode fazer com que o consumidor adquira, inadvertidamente, produtos geneticamente modificados. O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Victor Augustus Marin, fez o aleta ontem, num seminário sobre transgênicos.
Segundo Marin, especialista em segurança alimentar, embora a proposta encaminhada ao Congresso determine a rotulagem de produtos geneticamente modificados, ela não especifica a técnica de análise que deve ser usada nem a margem de erro do teste. A questão também está prevista no decreto 4.680, de abril, que estabelece que o produto cuja composição tenha. mais de 1% de material transgênico deve ser rotulado.
"Do jeito que está, parece que em 100 gramas do produto pode ter até 1 grama de transgênico, sem que a rotulagem seja obrigatória. E não é o caso", observa Marin. Para ele, a comparação tem de ser feita na composição do produto e não na quantidade. Marin esclarece que o material precisa ser submetido à análise de PCR (reação em cadeia de polimerase) quantitativa, na qual se extrai o DNA da soja transgênica e da soja convencional para chegar à proporção exata de material modificado.
"A porcentagem de DNA é em microgramas. Como o limite é de 1%, entendendo a legislação do jeito que está, nunca se vai rotular nada. E preciso rever isso", ressalta o pesquisador do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fiocruz.
Ele chama a atenção ainda para a margem de erro de 20% no PCR. "Isso significa que pode ser encontrado 1 %, mas o alimento pode ter, na verdade, 0,8% ou 1,2% de material modificado". (Karine Rodrigues)

OESP, 18/11/2003, Geral, p. A10

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