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Autor: Silvia Sales
22 de Set de 2022
A cultura indígena, sua história de luta e resistência, foi o tema da roda de conversa da escritora e poetisa Márcia Kambeba com as crianças das redes pública e privada de ensino de Belém. O encontro foi nesta quinta-feira, 22, durante a I Festa Literária de Belém (Flibe), promovida pela Prefeitura de Belém e realizada pela Secretaria Municipal de Educação (Semec).
A programação da Flibe, que integra a programação I Bienal de Artes de Belém, prossegue até esta sexta-feira, 23, na Fundação Cultural do Pará (FCP), no Centur. O evento foi mediado pelas professoras Núbia Alencar e Kátia Tavares, da Coordenação de Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados (Ceeir), da Semec.
O bate-papo iniciou com uma cantoria em tupi, entoada pela escritora e crianças da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Ruy Brito e da Escola Interativa, da rede privada de ensino, que estavam visitando a Festa Literária e decidiram participar do encontro para conhecer um pouco mais sobre a história ancestral que mantém a cultura dos povos indígenas.
A partir do conto "Sabedoria de um ribeirinho: Amazônia na proa da canoa", de autoria de Márcia Kambeba, a criançada conheceu um pouco mais sobre as vivências dessas populações, seus hábitos e educação escolar.
Curiosas como elas são, perguntaram sobre os mais diversos aspectos que envolvem o tema. Kambeba respondeu a cada uma delas com ilustrações e músicas, explicando que na educação escolar indígena as crianças aprendem tanto a língua portuguesa, quanto a língua materna tupi, "para não perderem o contato com a sua cultura".
De acordo com Márcia Kambeba, "um encontro desta dimensão é fundamental para o fortalecimento da cultura dos povos indígenas, um ato de resistência diante do inúmeros ataques que tem sofrido esta população, incluindo o apagamento de sua história". De forma adequada para o entendimento infantojuvenil, "fechamos um dia bastante proveitoso de conhecimento e informações", concluiu.
Para a criançada, foi um dia de aula divertido e de muito aprendizado. "Eu estou muito feliz por estar aqui para saber mais sobre os indígenas", falou Daniel, de 10 anos, da escola Ruy Brito. "Eu queria conhecer a Márcia e falar com ela sobre os indígenas", completou Clarice, de 10 anos, também da escola municipal. O Dilson, de 12 anos, da Escola Interativo, disse que "achou bem interessante o bate-papo".
A diretora da escola Ruy Brito, Roseana Voga, enfatizou que a unidade educadora "já trabalha em seu currículo com a história e cultura indígena, porque é uma forma de fortalecimento desses povos". "Foi uma maravilha o dia de hoje, não foi?", completou a professora, cheia de entusiasmo.
Márcia Kambeba é escritora, poetisa e musicista indígena, nascida na Aldeia Belém do Alto Solimões. Mestra em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), tem cinco publicações, dentre as quais: "O lugar do saber ancestral" e "Saberes da floresta".
Texto:
Silvia Sales
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