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Escola indígena Pamáali pede ampliação de equipe de professores

A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br
01 de Jun de 2011

A Assembleia Geral da Associação do Conselho da Escola Pamáali (Acep), no município de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), indicou como uma de suas principais reivindicações a contratação de uma equipe multidisciplinar para atender as demandas das comunidades. O pedido foi encaminhado para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

O evento começou na semana passada e se encerrou nesta quarta-feira (1). Durante a assembléia, os participantes fizeram um balanço de dez anos e levantaram propostas para a melhoria da Educação Escolar Indígena desenvolvida entre os povos Baniwa e Coripaco.

Para cumprir a meta de construir o plano de mais dez anos de Educação Escolar na localidade, os indígenas cobram que a normatização do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena (CEEI) seja agilizada, conforme parecer enviado em janeiro deste ano ao Conselho Nacional de Educação.

"Eles dizem que este Conselho precisa ter sua equipe ampliada para realizar um melhor atendimento às escolas indígenas e garantir uma infra-estrutura adequada", explica titular da Seind, Bonifácio José Baniwa, que participou do evento.

Além da Acep, da Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi) e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), a assembleia teve a participação de lideranças, alunos e ex-alunos, pais de alunos e instituições parceiras.

As discussões foram na Escola Municipal Indígena Baniwa e Coripaco-Pamáali (EIBC), no médio rio Içana, Terra Indígena Alto Rio Negro.

Atualmente, a gestão estadual da Educação Escolar Indígena tem como instrumento a Gerência de Educação Indígena e o CEEI.

A gerência é composta por uma pequena equipe para atender à demanda, de acordo com o que foi exposto na assembleia. Já o Conselho funciona como apoio consultivo e de assessoramento técnico.

Segundo as organizações que compõem a Acep, a situação do CEEI dificulta a agilidade do reconhecimento das escolas indígenas do Estado.

Histórico
O projeto de Educação Escolar Indígena do Alto Rio Negro gerou importante reestruturação em São Gabriel da Cachoeira em relação à temática.

Na região do rio Içana, a Escola Pamáali foi a primeira a oferecer ensino fundamental completo, a partir de 2000.

O êxito da experiência desenvolvida pela instituição estimulou a criação de outras escolas e os alunos formados passaram a multiplicar a proposta pedagógica.

Atualmente, das 12 escolas de ensino fundamental completo na região do médio e alto rio Içana e rio Airai, seis são coordenadas por ex-alunos da escola Pamáali.

A Escola Pamáali transformou-se numa instituição importante de ensino no município e no Estado. É reconhecida pelo sistema municipal, com Projeto Político Pedagógico (PPP) aprovado, que recebe financiamento do próprio governo.

A partir de 2005, iniciou-se um processo de intercâmbio e discussão envolvendo todas as escolas por meio da Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, que tem como um dos objetivos elaborar o Programa de Educação Escolar Baniwa e Coripaco.

Licenciatura
Ao todo, os povos Baniwa e Coripaco têm 72 professores, vinte deles baniwa e coripaco formados no curso Normal Superior e apenas um com licenciatura.

De acordo com os indígenas, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) oferece um curso de licenciatura para 27 professores baniwa e coripaco, mas é necessário que o programa tenha a garantia de funcionamento até a sua conclusão.

O Magistério Indígena 2 começou em 2005 e tem oito módulos, porém apenas a metade foi concluída, o que prejudicou a formação de 87 professores baniwa e coripaco e um total de 370 professores indígenas.

Uma das propostas tiradas na assembleia é que a Seduc acompanhe a licenciatura promovida pela Ufam, com o compromisso de garantir a conclusão do curso.

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