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Escola Indígena já tem projeto pedagógico

Amazonas Em Tempo-Manaus-AM
Autor: Lúcia Saito
08 de Out de 2002

Até dia 10 de janeiro de 2003, todas as secretarias estaduais de Educação, junto com universidades dos seus Estados, precisam formular a oferta de Educação Superior específica para professores indígenas.

No Amazonas, a Fundação Estadual de Política Indigenista (Fepi), juntamente com a Secretaria Estadual de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc) e o Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena, aprovou o projeto pedagógico do Centro de Estudos Superiores Indígenas (Cesi), que será vinculado à Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

De acordo com o presidente da Fepi, professor Ademir Ramos, 48 anos, o projeto pedagógico do Centro está pronto e se concentra nas áreas de licenciatura em Ciências Matemáticas e da Natureza, Ciências Humanas, Língua, Arte e Literatura. "Nos quatro primeiros anos, vamos priorizar as licenciaturas, para fortalecer as escolas indígenas, que têm uma demanda específica, que são os dois mil professores indígenas", informa.

Ademir Ramos aponta que como o momento atual é de transição política, o Cesi deverá realizar o seu primeiro vestibular em julho de 2003, se tudo ocorrer conforme o previsto.

As 500 vagas que serão oferecidas no primeiro processo seletivo serão divididas entre os professores indígenas, que terão uma cota de 70% e para pessoas de lideranças e movimentos indígenas, que terão direito a 30%.

Ademir Ramos conta que o projeto pedagógico do Cesi foi aprovado no mês de julho, na Assembléia do Conselho Escolar de Educação Indígena, que ocorreu em Maués, após ser discutido com as organizações indígenas. "Logo em seguida, encaminhamos à UEA", disse.

O presidente da Fepi explica que a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) prevê que todos os professores deverão ter graduação até 2006, no qual também estão inseridos os professores indígenas.

No Mato Grosso, o projeto coordenado pelas Universidades Estaduais e Federais, juntamente com a Fundação Nacional do Índio (Funai) passou a oferecer desde 2001 licenciaturas em três áreas. Para Ademir Ramos, a diferença do Amazonas com o Mato Grosso é que o segundo está oferecendo cursos, enquanto que no Amazonas, está sendo implantado um Centro de Estudos Superiores. "Nosso projeto será permanente e atenderá uma demanda específica de professores indígenas. Se falarmos de cursos oferecidos, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) já graduou muitos índios na região do Alto Rio Negro", disse.

Corpo docente

Para o Cesi, Ademir Ramos aponta que é necessário ainda formar um corpo docente, que está sendo apontado como Formadores de Formadores. "Para isso, temos alguns critérios, como a cooperação com os cursos de pós-graduação da Ufam e outras universidades, no sentido de que os alunos de pós-graduação sejam aproveitados como Formadores de Formadores, consorciando sua pesquisa à prática docente", informa.

Os critérios de participação dos professores indígenas no processo seletivo são: estar em exercício em escola indígena do Amazonas; ter concluído o ensino médio e ser indicado por organizações indígenas do Amazonas e ter aval de sua comunidade. Para as lideranças de movimentos, os critérios são ter concluído o ensino médio e ser indicado por suas organizações.

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