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Equipes começam a ser retiradas a partir de hoje da reserva yanomami

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
12 de Nov de 2005

Após uma semana aguardando saírem da área indígena Yanomami, as equipes de saúde que trabalham nos 20 pólos-base devem deixar os locais a partir de hoje. A informação foi confirmada pelo coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde, Ionilson Sampaio, que estava em Brasília tratando do assunto. Retornarão para a área 40 indígenas que estavam de alta na Casa do Índio, em Boa Vista.
Estão atrasados cerca de R$ 968 mil do fretamento de vôos, sendo parte de agosto e o mês de setembro. Segundo Sampaio, ainda ontem foram liberados R$ 300 mil para pagamento de parte das horas de vôo da empresa Roraima Táxi Aéreo. O restante do dinheiro para saldar a dívida deverá sair no início da próxima semana.
Para fazer a troca de equipes, levar os indígenas de alta e transportar o rancho, a Funasa estima que sejam necessárias entre 150 a 170 horas de vôos. A duração dos vôos varia entre 1h e 1h30. O aumento das horas de vôo está relacionado à portaria do DAC (Departamento de Aviação Civil), proibindo o transporte de pessoas junto com cargas.
O Ministério da Saúde repassou ontem para a Funasa/Brasília R$ 30,7 milhões, sendo R$ 20 milhões destinados à saúde indígena, em nível nacional. Segundo Sampaio, é necessário R$ 1 milhão para regularizar a situação dos vôos. "A partir de segunda-feira, começa a descentralizar os recursos para atender de acordo com a nossa demanda", destacando que até o final do ano terão recursos disponíveis.
As pessoas contratadas pela conveniada Fubra (Fundação Universidade de Brasília) também reclamam do atraso no pagamento. Sampaio confirmou o problema no repasse, mas disse que com o montante liberado pelo Ministério da Saúde, "existe a promessa de regularizar".
GARIMPEIROS - Os casos de malária não estariam ligados à falta de pessoal e medicamentos, conforme afirmou Sampaio, mas à permanência de garimpeiros na reserva. Apesar de ter oficializado o problema, a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio até o momento não tomaram nenhuma providência.
Ele acredita ser necessária uma ação mais energética por parte das direções em Brasília, como Funasa, Superintendência Nacional da Polícia Federal e Funai, para que as ações sejam melhores coordenadas. "Não adianta estarmos levando saúde, e os garimpeiros levando doença", destacando estarem nos garimpeiros os riscos para as equipes de saúde e os indígenas.
CASO - Desde sábado um grupo composto por enfermeiros, técnicos em enfermagem, técnicos em laboratório, dentistas e auxiliares, aguardam retornar para a capital. Mas devido à falta de pagamento das horas de vôo da empresa Roraima Táxi Aéreo, não foi possível fazer a troca. Eles denunciaram a falta de comida e medicamentos.
Os vôos que transportam os profissionais de saúde e os pacientes indígenas, além de abastecer com medicamentos, insumos e alimentos os 20 pólos-base - atendem uma população de 8 mil indígenas. O avião é o único meio de transporte para chegar a área yanomami.

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