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Equipe acha 43 especies de peixe-eletrico

OESP, Geral, p.A13
24 de Set de 2004

Equipe acha 43 espécies de peixe-elétrico
Pesquisa, publicada hoje na 'Science', foi realizada no Rio Amazonas
Aleaaandro Greco
Em 1992, a pesquisadora Cristina Cox Fernandes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Impa) e da Universidade de Massachusetts em Amherst, e colegas começaram a coletar com uma rede de arrasto peixes no Rio Amazonas. Pegaram principalmente bagres e peixes-elétricos, que vivem no fundo do rio.
Quarenta mil peixes-elétricos depois, os pesquisadores acharam 43 espécies deles e publicam hoje um estudo na revista Science (www.sciencemag.org) mostrando que a diversidade desses peixes aumenta cada vez que o Amazonas recebe as águas de 13 de seus afluentes - entre eles os Rios Madeira, Negro, Tapajós e Xingu.
No entanto, ao contrário do que já havia sido encontrado em outros rios, a diversidade de peixes-elétricos no início do Amazonas e no seu fim é basicamente a mesma. "Isso sugere que o efeito dos afluentes é local e não se traduz em um aumento da riqueza de espécies quando se desce o rio", afirmam Claude Gascon e Michael Leonard Smith, da Conservação Internacional, em artigo que acompanha o trabalho de Cristina.
O motivo pelo qual não há um aumento da diversidade ainda não tem resposta, mas Cristina aponta uma hipótese: "Talvez eles se restrinjam à área perto dos afluentes."
O próximo passo do estudo é, segundo ela, fazer o mesmo com outros peixes que vieram na rede para verificar se o mesmo ocorre com eles. "Se quisermos fazer melhor uso do Amazonas, temos de decidir onde conservar a biodiversidade. Só podemos responder à essa questão com informações detalhadas sobre as espécies e sua distribuição como a apresentada por Fernandes e colegas", escrevem Gascon e Smith.
O trabalho com os peixes-elétricos faz parte de um projeto maior, iniciado por Cristina e John G. Lundberg, co-autor do artigo, em 1992, com o intuito de documentar a fauna de peixes do rio Amazonas. Nesse busca, já encontraram 11 espécies novas.

OESP, 24/09/2004, p. A13

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