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Entidades se unem para pressionar por solução rápida

Brasil Norte-Boa Vista-RR
Autor: IVO GALLINDO
31 de Out de 2003

Produtores rurais roraimenses vão nomear grupo para acompanhar discussões no próximo mês em Brasília
Várias entidades do setor produtivo roraimense e do poder público estadual estiveram reunidas ontem na sede da Faerr

Várias entidades ligadas às atividades rurais e ao poder público se reuniram na manhã de ontem na Federação de Agricultura de Roraima (Faerr). Definem estratégias para o governo Lula resolver com rapidez a indefinição fundiária do Estado, o que passaria, na avaliação deles, pela pressão política envolvendo a sociedade roraimense.

Presidente da Comissão Técnica de Assuntos Fundiários e Indígenas da Faerr, o pecuarista Ermilo Paludo propôs ao grupo que os diálogos envolvessem os trabalhadores rurais e os representantes da agricultura familiar em Roraima, incluindo os líderes petistas no setor produtivo, pois assentamentos enfrentam problemas semelhantes.

Essa comissão elaborou um documento endereçado ao ministro José Dirceu (Casa Civil do Planalto), que lhe foi entregue semana passada pelo governador Flamarion Portela (PT). O texto relata as potencialidades locais, em especial no segmento de produção primária, alertando ser o caminho viável de inclusão social em Roraima.

Estiveram na reunião de ontem representantes da Associação dos Criadores de Gado e dos Arrozeiros, do Sindicato dos Madeireiros e de Cooperativas, da Federação do Comércio e da Industrial, da Cooperativa Grão Norte e da Mista de Pacaraima, da Amazônia Biotecnologia, da Secretaria de Desenvolvimento e da Sociedade dos Índios.

Uma comitiva do setor produtivo deseja acompanhar Flamarion Portela na explanação que o petista fará no próximo dia 13 ao Grupo de Trabalho Interministerial que analisa a questão fundiária local. No dia 20 de novembro, os representantes dessas entidades debaterão o assunto na Comissão de Agricultura da Câmara Federal.

Segundo o deputado federal Almir Sá (PL), presidente da Faerr, a fórmula de solução da problemática fundiária já foi apresentada pela bancada de Roraima no Congresso ao Planalto, devendo-se criar agora mecanismos de pressão envolvendo a sociedade como um todo. "Não queremos nada mais do que um direito do Estado", frisou.

Apoio
Foi conversado ainda que o caminho judicial, neste momento de diálogo com o governo Lula, seria equivocado. A tendência é que atrasasse a solução. "Devemos conquistar apoios", declarou Almir Sá. O primeiro passo será o encontro com a Comissão da Câmara Federal que estará segunda-feira em Boa Vista para discutir a recriação da Sudam.

As entidades também pretendem apresentar juntas reivindicações ao ministro Miguel Rosseto (Reforma Agrária), que vem a Roraima na próxima quarta-feira inaugurar o projeto de assentamento Nova Amazônia, em parte da fazenda Bamerindus. Estará acompanhado do recém empossado presidente do Incra, Rolf Hackbart.

Produção
Na análise de Dirceu Vinhal, presidente da Grão Norte, a produtividade de grãos em Roraima é formidável. "A cada ano que se passa fica provado ser correto aquilo que imaginamos há seis anos. O maior problema continua sendo a indefinição fundiária, que limita a obtenção de crédito agrícola e gera temor nos produtores", lamentou.

Dirceu Vinhal informou que este ano a cooperativa, entre soja, milho e sorgo, atingiu 20 mil toneladas, o triplo do ano passado. "Isso é pouco, levando-se em conta os potenciais. Deve-se duplicar em 2004. Resolvendo a questão fundiária, esse número será multiplicado por 30 vezes em pouco tempo. É garantia de emprego e renda

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