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Entidades indígenas denunciam truculência e exigem direitos

A Tribuna-Rio Branco-AC
Autor: Josafá Batista
11 de Set de 2005

Povos indígenas de todo o Acre assinaram nesta semana um manifesto entregue ao poder público, exigindo o reconhecimento de direitos e providências imediatas para apurar crimes supostamente cometidos pelo Ibama, Polícia Militar e Exército. A carta é assinada por nove entidades ligadas aos direitos dos povos indígenas.

Segundo a carta, policiais, soldados e agentes ambientais teriam destruído casas, escolas e postos de saúde do povo Nukini, na Serra do Divisor, durante o cumprimento de um mandado judicial de reintegração de posse para o próprio Ibama. As entidades classificaram a medida de absurda e inaceitável.

"Eles se aproveitaram da ausência dos nossos parentes para demonstrar uma coragem que jamais teriam se os Nukini estivessem lá. Isto é inaceitável, principalmente no Estado da Florestania", denuncia Manoel Kaxinawa, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Acre (Opin), uma das entidades envolvidas.

As entidades também repudiaram a absolvição do policial militar Rossini José de Moura, a quem acusam de matar o líder indígena Raimundo Silvino Shanenawa com um tiro na cabeça. A carta também exige a conclusão do processo de demarcação de 13 terras indígenas e a revisão dos limites de outras seis, além do planejamento das ações a serem desenvolvidas nessas terras e em outras, com a implantação dos estudos de impacto ambiental.

A carta também condena a conclusão do asfaltamento da BR-317, no trecho entre Rio Branco e Boca do Acre, sem o EIA-Rima da obra. Os povos indígenas desconfiam que a falta desse documento possa afetar as terras indígenas do povo apurinã, localizadas nos quilômetros 45 e 124.

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