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Enfim, a BR-319 será recuperada

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
06 de Mar de 2005

O Amazonas vai ser contemplado com R$ 200 milhões do Ministério dos Transportes para a recuperação das rodovias BR-319 e BR-174, além da construção e recuperação de 30 portos no interior. Em entrevista ao Em Tempo, o ministro Alfredo Nascimento (foto) garantiu que devido à sua importância para o escoamento da produção industrial de Manaus, a BR-319 vai consumir R$ 100 milhões na sua recuperação, que compreende o asfaltamento de 300 quilômetros de pista até Humaitá. Ele disse que Manaus vai ganhar um Terminal Pesqueiro que vai custar R$ 15 milhões. Além disso, está prevista, também, a construção de um terminal de contêineres para reduzir o custo dos produtos que trafegam em carretas, pelo menos 16 quilômetros até o ponto de destino dentro de Manaus. Confira e entrevista:

Em Tempo: Ministro, os empresários reclamam do péssimo estado de conservação das rodovias do Amazonas. O que o Ministério dos Transportes tem previsto para investir na malha rodoviária este ano?
Alfredo Nascimento: O Ministério dos Transportes vai investir R$ 200 milhões tanto na malha hidroviária quanto viária do Amnazonas. Essa verba também engloba Manaus.

Em Tempo: A BR-319, que já há algum tempo está praticamente intrafegável, vai ser restaurada?
Alfredo: Este vai ser o ano da BR-319. Tanto isso é verdade que do orçamento de R$ 6 bilhões para investimentos este ano em todo o setor de transportes no País, o Governo vai destinar parcela considerável para a Amazônia. Só para a rodovia BR-319 o MT vai desembolsar R$ 100 milhões, que serão investidos na restauração de 250 a 300 quilômetros do trecho Manaus a Humaitá.

Em Tempo: O Ministério já tem data prevista para começar as obras?
Alfredo: As obras vão começar ainda este ano, tão logo termine o período das chuvas. De acordo com nosso cronogama, as obras serão concluídas num prazo de dois anos,.

Em Tempo: Quando o Ministério pretende fazer a licitação para oficializar o início das obras?
Alfredo: Iremos dividir a estrada em dois lotes e por meio de licitação várias empresas poderão trabalhar em conjunto. Já estamos trabalhando o edital, que deve ser lançado em breves dias.

Em Tempo: Os empresários que participam do seminário Logística, na Suframa, reclamam da falta de escoamento mais rápido e mais barato da produção da Zona Franca.
Alfredo: Em grande parte eles têm razãso. É por isso que a reativação da BR-319 se faz necessária, porque além de integrar o Amazonas com o restante do País irá melhorar o escoamento da produção do Pólo Industrial de Manaus, por meio do Pacífico.

Em Tempo: E quanto à BR-174, existe previsão para sua recuperação?
Alfredo: É importante salientar que a rodovia BR-174 não recebeu até hoje qualquer manutenção, daí os problemas que acumula. No entanto, o Governo garante que este ano será realizada sua recuperação, inclusive com asfaltamento de todos os trechos prejudicados. Quer dizer: a idéia do governo é viabilizar a ligação do Amazonas com o Caribe, facilitando a exportação de produtos manufaturados da Zona Franca de Manaus.

Em Tempo: E além disso...
Alfredo: Além da BR-319 e BR-174 a BR-163, que liga o município de Santarém (PA) ao Mato Grosso também deverá ser beneficiada. Nessa estrada serão empregados R$ 13,6 milhões no asfaltamento do trecho que liga o Pará ao Mato Grosso. O 8o Batalhão de Engenharia e Construção do Exército deverá tocar a obra.

Em Tempo: Quais os demais projetos do Ministério dos Transportes para o Amazonas?
Alfredo: Não só as rodovias estão nos planos dos Ministério para o Amazonas. Em parceria com o Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, os Portos e Hidrovias também terão a sua vez nos projetos ministeriais este ano. Afinal, para esse "modal" de transporte, o Orçamento da União liberou R$ 27 milhões para atender em princípio 30 portos na Amazônia, nos municípios de Parintins, Cacau Pirêra, Eirunepé, Codajás, Tabatinga, Manaquirí e Humaitá.

Em Tempo: Já existe cronograma de obras para a construção desses equipamentos?
Alfredo: Apesar das obras de todos iniciarem ainda este ano, o Porto de Parintins deverá ter prioridade. A obra está prevista para começar em abril, paralisando apenas nos três dias do Festival folclórico.

Em Tempo: Nessa área de hidrovias o MT vai realizar mais algum investimento na região?
Alfredo: Na hidrovia do Madeira serão feitos serviços de dragagem, cartografia, balizamento e sinalização para tornar a navegação comercialmente mais segura. Esse investimento em cerca de 1.056 quilômetros da hidrovia, possibilitará, principalmente, melhor escoamento da produção de grãos e redução de pelo menos 20% dos custos com transporte.

Em Tempo: O senhor falou que o Ministério dos Transportes tambám vai realizar algumas obras em Manaus. Quais são?
Alfredo: Eu mantive uma reunião com o prefeito Serafim Corrêa no dia 18 de Fevereiro, quando acertamos a construção de um terminal pesqueiro no Porto do São Raimundo. A obra deve custar em torno de R$ 15 milhões e está com projeto em processo de licitação.

Em Tempo: Quer dizer que começa ainda este ano?
Alfredo: Começa.

Em Tempo: E...
Alfredo: O Ministério dos Transportes pretende investir também na construção de um terminal de contêineres. Essa construção com certeza reduziria o custo dos produtos já que as cargas não teriam que viajar mais de 16 quilômetros até o centro da cidade e atrapalhar o trânsito. O projeto ainda está em estudo, no entanto, com certeza será feito em parceria com a Suframa e provavelmente com a Prefeitura Municipal de Manaus.

Em Tempo: Já existe verba alocada?
Alfredo: Estamos avaliando, mas ela poderá ser feita por meio de concessão de iniciativa privada. O governo Federal vai fazer o que puder para melhorar a logística da nossa região. Hoje, quando chego em outros países, as pessoas nos reverenciam e nos conhecem como um Estado que contribui para o desenvolvimento do País.

Augusto Banega e Andréia Simonetti

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