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Energia do Madeira deve ser mais cara

FSP, Dinheiro, p. B15
12 de Ago de 2007

Energia do Madeira deve ser mais cara
Preço deve ser 16% maior que o acertado no leilão de geração hidrelétrica realizado em outubro e deve se igualar ao de Angra 3
Necessidade de construir linhas de transmissão extensas até centros de consumo é um dos fatores de encarecimento da tarifa

Da sucursal de Brasília

O governo espera que o preço da energia gerada pela hidrelétrica de Santo Antônio fique próximo do que foi estimado para a usina nuclear de Angra 3 -ou aproximadamente R$ 140 por MWh (megawatt-hora). O valor é 15,8% maior do que o preço médio da energia hidrelétrica vendida no leilão de outubro do ano passado.
De acordo com a metodologia do leilão das usinas do rio Madeira, vence a disputa a empresa ou o consórcio que oferecer a menor tarifa para a energia que for gerada. Ou seja, o valor teto fixado pelo governo, por essa estimativa, deveria ser superior a R$ 140 por MWh.

Amortização
A energia hidrelétrica é mais barata do que a energia nuclear, mas essa regra vale apenas quando os investimentos já estão amortizados: ou seja, quando a usina já está paga. Isso acontece pois as hidrelétricas geram energia usando a água que passa nos rios, e as termelétricas, incluindo as nucleares, precisam de combustível: óleo, gás ou urânio (nuclear).
No caso das usinas do Madeira, há outro agravante. Os melhores locais para a construção de hidrelétricas -mais próximos aos centros de consumo- já foram usados. Para fazer chegar a energia gerada nas usinas do Madeira, será necessária a construção de uma linha de transmissão de 2.450 quilômetros, que ligará a usina à cidade de Araraquara (SP).
Os custos da transmissão da energia compõem a tarifa que é paga pelo consumidor. Dessa forma, mesmo a energia hidrelétrica tende a ficar cada vez mais cara, com usinas construídas longe dos centros de consumo. A linha de transmissão que vai ligar a usina de Santo Antônio à cidade de Araraquara deverá ser licitada no ano que vem. A obra está estimada em R$ 10 bilhões.

FSP, 12/08/2007, Dinheiro, p. B15

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