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Energia alternativa em grande escala

OESP, Economia, p. B20
21 de Mar de 2007

Energia alternativa em grande escala
Empresas de energia solar e eólica já rivalizam com usinas a gás ou carvão

Matthew Wald, The New York Times

"Pequeno é bonito", escreveu o economista E.F. Schumacher quase 35 anos atrás. Na maioria das áreas da economia, ele argumentou, a produção se tornou grande e centralizada demais.

Mas ele pode ter errado sobre o assunto que ele conhecia melhor: energia. Quando se trata de caminhos alternativos de geração de energia, ser grande pode ser melhor.

Vento, sol e outras tecnologias de energia renováveis que eram consideradas mais apropriadas para casas ou pequenas comunidades estão alcançado níveis de escala e centralização que antes eram território de usinas de carvão e gás ou reatores nucleares. Em outras palavras, a produção verde está ficando gigante.

As companhias que estão construindo ou sonhando com grandes projetos dizem que há economias de escala.

No deserto ao norte de Tucson, a Arizona Public Service está usando um conjunto de espelhos para concentrar a luz do Sol e aquecer óleo mineral; o calor vaporiza hidrocarboneto, que move um gerador para produzir eletricidade.

Mas esse não é o fim da operação. Há seis fileiras de espelhos, cada um com 400 metros, somando aproximadamente 100 mil metros quadrados.

O projeto produz um megawatt de energia - suficiente para abastecer um hospital ou um grande shopping center - mas a companhia que o instalou, a Acciona Solar Power, espera abrir uma usina de 350 acres em Boulder, Nevada, e produzir, em breve, 64 megawatts com uma tecnologia parecida. E a Arizona Public Service é apenas uma entre meia dúzia de empresas que consideram um projeto conjunto para construir uma usina de 250 megawatts baseada na mesma tecnologia.

Esses projetos vão contra algumas idéias de como as energias alternativas devem se desenvolver. Jeremy Rifkin, o autor e futurista que acredita que milhões de pessoas vão gerar, em breve, seu próprio hidrogênio de fontes renováveis, diz que os grandes projetos centralizados deverão apresentar grandes perdas nas transmissões de energia. "Se você coloca a usina no deserto e traz a energia, você perde entre 7% e 9% no caminho", disse ele.

OESP, 21/03/2007, Economia, p. B20

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