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Empresas se rendem ao "apelo verde"

GM, Responsabilidade Ambiental, p. 1-6
06 de Jun de 2005

Empresas se rendem ao "apelo verde"

A procura pela certificação ISO 14001 é hoje três vezes maior do que há alguns anos. Boa parte das empresas brasileiras já se renderam aos apelos para dar importância ao meio ambiente. Um termômetro capaz de mensurar o empenho nessa direção é a certificação ISO 14001 de meio ambiente. Atualmente, 2 mil empresas em todo o Brasil têm a certificação, segundo levantamentos da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). A tendência é crescente.
"O número de companhias em busca de ISO 14001 no País hoje é três vezes maior do que há alguns anos", diz Nelson Pereira dos Reis, diretor do departamento de meio ambiente e desenvolvimento sustentável da Fiesp. "Isso demonstra que existe, de fato, uma preocupação com o meio ambiente."
Um dos grandes exemplos em que as empresas juntaram forças para solucionar os problemas do meio ambiente envolveu o rio Tietê. Um total de 1.250 indústrias instaladas ao longo do rio se reuniu para desenvolver um trabalho de despoluição do Alto Tietê. "Hoje a poluição do rio está mais ligada a esgotos domésticos, apesar das iniciativas das empresas e do grande investimento do governo."
De acordo com Reis, quando se trata de emissões, os principais agentes de poluição são as chamadas fontes móveis, como automóveis em geral. "Os relatórios da Cetesb atestam isso", afirma Reis, para quem o setor industrial não está contribuindo para esse tipo de emissão. "Pelo menos na cidade de São Paulo não há esse tipo de ocorrência."
No caso de detritos sólidos, as empresas têm procurado se utilizar de aterros para dar um novo destino ao que poderia ser um novo agente poluidor. "O que é resíduo sólido para um pode ser aproveitado por outra empresa. Um exemplo é a Petrobras que está procurando produzir gasolina com menos resíduos."
Desde 2000, a Petrobras vem preparando munição para minimizar a geração de resíduos sólidos de combustíveis. O trabalho inclui a coleta seletiva, feita pelas refinarias, que permite a reciclagem para utilização própria ou para venda a terceiros. Também faz parte do processo o resíduo não-reciclado, que é tratado em unidades de recuperação de óleo e de biodegradação natural, onde microorganismos do solo degradam os resíduos oleosos. Outros resíduos sólidos são direcionados a aterros industriais devidamente controlados e monitorados.
Outro passo importante dado pela Petrobras envolve as suas 11 refinarias. Elas vêm sendo renovadas constantemente para processar petróleo brasileiro com baixo teor de enxofre para a obtenção de combustíveis menos poluentes. As refinarias ainda ganharam unidades de hidrotratamento que permitem a produção de derivados de petróleo de qualidade cada vez melhor.
Além disso, a Petrobras tem desenvolvido nas suas refinarias sistemas de tratamento para todos os efluentes, como chaminés, filtros e outros dispositivos que evitam a emissão de gases, vapores e poeiras para a atmosfera. As unidades de recuperação retiram o enxofre dos gases, cuja queima produziria dióxido de enxofre, um dos principais poluentes dos centros urbanos. Por fim, os despejos líquidos são tratados por meio de processos físico-químicos e biológicos.
Para mostrar seu engajamento em prol do meio ambiente, as empresas lançam mão de inúmeros recursos. Uma das iniciativas mais criativas é a da fabricante de cosméticos Natura, que se prepara para lançar um software de conteúdo educacional com um simulador de quantas árvores é necessário plantar para compensar emissões de poluentes. "A empresa poderá saber quanto de área deve plantar para compensar emissões de gasolina e diesel", diz Eliane Anjos, gerente de meio ambiente da Natura. O software ainda está em fase de testes.
Na luta para salvar o meio ambiente, as empresas podem contar com poderosos aliados. Um deles é o Instituto Uniethos, entidade fundada em 2004 pelo Instituto Ethos, que lançou no mês passado a publicação "O Compromisso das Empresas com o Meio Ambiente". Ricardo Young, presidente do Uniethos, diz que o documento traz vários aspectos e questões polêmicas sobre meio ambiente, além da radiografia de algumas empresas com comportamento exemplar em termos ambientais.
Uma dessas empresas é a Klabin, do setor de celulose e papel. Desde 1984 a Klabin mantém o Programa de Fomento Florestal, pelo qual oferece mudas geneticamente melhoradas e assistência técnica a pequenos produtores rurais. A meta é formar florestas em áreas ociosas e marginais das propriedades rurais, incorporando-as ao processo produtivo para garantir uma poupança futura aos pequenos e médios proprietários e, assim, sua fixação na terra.
No Paraná, o projeto abrange 11 municípios. A Klabin trabalha com 10.364 produtores no Paraná e em Santa Catarina. Ao todo, são 49.583 hectares de florestas cultivadas. Noventa milhões de mudas já foram distribuídas desde o início do programa. "A prioridade dada à comunidade elevou a geração de renda, a escolaridade e a arrecadação de impostos da prefeitura", diz Reinoldo Poernbacher, diretor Florestal da Klabin.

Fibra natural substitui fibra de vidro
Projeto brasileiro de fabricação de peças será modelo para outras unidades da Renault no mundo. O grande potencial para a produção de fibras naturais colocou o Brasil no foco de atenção do grupo Renault, que vai montar no País um centro mundial de pesquisa e desenvolvimento nessa área. O projeto, patrocinado pela matriz na França, será coordenado pela fábrica da montadora em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
A Renault do Brasil, que já utiliza a fibra vegetal derivada da juta na tampa do porta-malas do seu modelo Clio, quer verificar o potencial de utilizar essa e outras fibras no maior número possível de peças automotivas em substituição à fibra de vidro. A idéia é fazer um estudo aprofundado sobre a produção nacional de fibras naturais nos próximos cinco anos. Os trabalhos, que estarão sob responsabilidade da equipe do laboratório de materiais da empresa, serão elaborados em parceria com uma universidade que ainda está sendo definida.
Hoje no Brasil já há experiências desse tipo com fibras de coco, sisal e até mesmo com o curauá, planta da família do abacaxi nativa da Floresta Amazônica que recentemente foi adotada pela Volkswagen no porta-malas e no teto do seu compacto Fox. As aplicações da fibra vegetal na indústria automobilística vão desde o preenchimento de bancos e apoios para cabeça até o painel de instrumentos e caixas de rodas. "O uso da fibra natural, 100% reciclável, significa mais um passo no sentido de eliminar o uso de materiais como a fibra de vidro na produção das peças", afirma Ismael Peveri, supervisor do laboratório de materiais Mercosul da Renault, que vai coordenar os estudos.
A aplicação da fibra natural não é comum na Europa e o projeto desenvolvido no Brasil deverá ser adotado pelo grupo francês em todo o mundo. O trabalho na área de fibras naturais está alinhado com a meta global de aumentar para 95% o percentual de peças recuperáveis - que podem ser recicladas ou usadas na fabricação de outra - nos automóveis da marca até 2010, explica Enrique Depouilly, gerente de meio ambiente da Renault para o Mercosul. Hoje, na Renault do Brasil, esse índice está próximo de 65%.
Batizado de "Programa de Gestão do Ciclo do Carro", o projeto obedece às novas exigências da União Européia que devem entrar em vigor dentro de cinco anos. "A idéia é vencer esse desafio mesmo em países onde não há a exigência, como no caso do Brasil", diz.
Para tanto, Depouilly diz que a Renault vem intensificando sua aproximação com os fornecedores de autopeças e com empresas de reciclagem e tratamento de resíduos. A empresa já adotou, por exemplo, o uso de absorvedores de impacto de pára-choques confeccionados com material reciclado na linha de produção. A idéia também é reduzir os volumes de metais pesados no processo de fabricação. Um dos projetos prevê, a partir do segundo semestre de 2005, a substituição do revestimento do material de fricção - hoje à base do solvente tricloroetileno - para um à base de água e livre da presença de chumbo.
A Renault do Brasil destinou nos últimos quatro anos R$ 11,8 milhões para projetos ligados ao meio ambiente. O orçamento varia conforme os projetos programados para cada ano. Para 2005, estão previstos mais R$ 1,5 milhão, que serão direcionados para programas de tratamento de resíduos, monitoramento do lençol freático e proteção de solos, dentre outros. A verba para 2005 não inclui o valor destinado para o centro de fibras naturais, que será bancado exclusivamente pela Renault na França e cujo montante ainda está sendo definido.
"A Renault considera o meio ambiente um tema prioritário", diz Enrique Depouilly, que lembra que, nas conversas com os fornecedores, as exigências ambientais hoje estão previstas nos contratos. Cada novo funcionário que é contratado também passa por um treinamento sobre a linha de ação da companhia na área de meio ambiente. "Esse conjunto de ações é tratado de forma transversal para que todos se envolvam", diz. "A intenção é atuar na prevenção, na redução do impacto e no monitoramento."
Atualmente esse pacote de ações inclui desde a reciclagem de resíduos - no ano passado foram 9,7 mil toneladas, quase 90% do total gerado - até a recuperação e reflorestamento de áreas degradadas pela erosão e a execução de um censo para catalogar a fauna existente na área da fábrica. Hoje a empresa monitora, por meio da equipe do seu laboratório, 56 pontos do complexo industrial, que abrange as fábricas de veículos Renault, de motores e de utilitários que a marca francesa tem em parceria com a japonesa Nissan. Da área total de 2,5 milhões de metros quadrados, 60% são formados por locais de preservação. Parte dessa área é composta por áreas de mananciais.
A redução do consumo de energia elétrica e água é outro objetivo. A empresa vai incorporar, a partir do início de 2006, a utilização de pinças de solda de baixo consumo energético na linha destinada à carroceria dos veículos. Com isso, a economia de energia nessa etapa poderá chegar a 60%. Com uma média de redução de 3% de consumo energético por ano, a montadora quer elevar esse índice para 4% em 2005.
A Renault também tem planos de colocar em prática, a partir do primeiro trimestre de 2006, um programa de reaproveitamento da águas pluviais. A intenção, em uma primeira etapa, é aproveitar 7 mil metros cúbicos mensais - a demanda total da montadora é de 23 mil metros cúbicos/mês - em atividades internas e no processo industrial, segundo Depouilly.

Ecoeficiência dá o tom dos negócios
São Paulo, 6 de Junho de 2005 - Presente no dia-a-dia das empresas, o conceito de sustentabilidade dá o tom às atividades industriais com o objetivo de transmitir a imagem de respeito e confiabilidade ao consumidor final e à sociedade. Iniciativas que considerem os cuidados com o meio ambiente são o primeiro passo para o lançamento ou a manutenção de um produto ou serviço no mercado. Michelin, V&M do Brasil e Klabin são empresas que já adotam estratégias para reduzir o impacto de sua atividade no meio ambiente com o tratamento de resíduos sólidos, a redução da emissão de poluentes e a preservação de áreas de florestas.
"O respeito com clientes, acionistas e sociedade começa com o meio ambiente. A educação ambiental é uma estratégia para fazer com que estes resultados possam ser replicados dentro da empresa e nas comunidades que atingimos direta ou indiretamente", diz Paulo Roberto Lima Bonfim, gerente de comunicação da Michelin.
Um dos momentos importantes para a Michelin foi o lançamento, em 1992, do pneu verde, o Green X, que substitui o pneu negro de carbono por uma mistura à base de sílica. O produto reduz a resistência à rodagem em mais de 30% em relação a um pneu convencional, o que representa uma redução do consumo de combustível da ordem de 5%. Pesquisas feitas pela empresa mostram que os impactos ambientais são ocasionados na fase de utilização do pneu, que contribui para o consumo de combustível e as emissões de poluentes do motor.
No Brasil, a empresa também implantou o projeto Ouro Verde Bahia, um corredor ecológico no sul do estado baiano, onde a companhia possui plantações de seringueiras. Responsável por 10% de toda a produção nacional de borracha natural, a empresa vem imple-mentando iniciativas para a geração de emprego e renda na região: 5 mil hectares do total de 10 mil da fazenda do projeto Ouro Verde foram destinados à plantação de seringueira e de cacau. A iniciativa renderá 400 novos postos de trabalho ao longo de dez anos. A distribuição de 20 mil mudas de seringueira este ano e 200 mil a partir do ano que vem também são estímulos para a agricultura familiar da região.
A preocupação ambiental rendeu à Klabin a certificação pelo Forest Stewardship Council (FSC) por suas florestas localizadas no Paraná e em Santa Catarina, onde a Klabin e a ONG Apremavi lançaram uma parceria inédita, o Programa Matas Legais, com o objetivo de aumentar as áreas de mata nativa no Estado de Santa Catarina. "O projeto traz benefícios ambientais, econômicos e sociais ao proporcionar aos pequenos produtores o acesso à nossa cadeia produtiva", afirma Reinaldo Poernbacher, diretor Florestal da Klabin.
A Klabin é a maior recicladora de papéis do País, com capacidade para produzir 400 mil toneladas anuais de papel reciclado. Recentemente, a empresa desenvolveu, juntamente com a Tetra Pak, TSL Ambiental e Alcoa, tecnologia inédita no mundo que permite a reciclagem total de embalagens longa vida, um investimento de R$ 12 milhões compartilhados entre as quatro empresas.
A nova planta está localizada ao lado da fábrica da Klabin em Piracicaba, cuja linha de produção já recicla a camada de papel das embalagens cartonadas (longa vida) e recebeu da Klabin investimentos de US$ 2,5 milhões nos últimos cinco anos. Ao todo, a Klabin possui 186 mil hectares de florestas com pinus e eucalipto e 123 mil hectares de florestas preservadas em Santa Catarina, São Paulo e Paraná.
Desde 2001 a Vallourec & Mannesmann do Brasil decidiu abandonar o processo de fabricação tradicional e optou por utilizar o carvão vegetal na usina siderúrgica do Barreiro, em Belo Horizonte (MG). Com capacidade para produzir 508 mil toneladas por ano, a siderúrgica desenvolveu um processo de produção pioneiro no mundo que utiliza 100% de energia renovável. Ao utilizar o carvão de eucalipto, a V&M reduz a emissão do gás carbônico na atmosfera.
Em 2004, a empresa do grupo francês investiu R$ 14 milhões em projetos ambientais. "A preocupação com impacto ambiental é o grande diferencial do Tubo Verde. A empresa bancou a idéia e apostou no projeto, quando a indústria optou por utilizar o coque na produção, que é mais barato", diz Guilherme Freitas, assessor de Meio Ambiente da V&M do Brasil.
A iniciativa de lançar a marca Tubo Verde foi apresentada às Nações Unidas e renderá uma nova receita pela venda de créditos de carbono, amparado pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Quioto, tratado ambiental de combate ao aquecimento global. O grupo já recebeu os mais importantes certificados internacionais de qualidade e ambiental, como o FSC.

Retorno financeiro é cinco vezes maior
6 de Junho de 2005 - U m grupo de 24 indústrias catarinenses aderiram ao programa Produção Mais Limpa, instituído pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC), do Sistema Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Trata-se de uma ferramenta de análise técnica, econômica e ambiental dos processos produtivos, que tem o objetivo de identificar oportunidades que possibilitem maior eficiência no uso de matéria-prima, água e energia.
A coordenadora de Instrumentos de Gestão do IEL/SC, Priscila Sousa, afirma que, nas 26 empresas que adotaram o método, os resultados econômicos anuais superaram em cinco vezes o investimento inicial. Foram identificadas ao todo 225 oportunidades de melhoria, com o objetivo de racionalizar a produção e o uso de matéria-prima e insumos no processo. "Para pôr as ações em prática, as empresas investiram R$ 2,2 milhões e obtiveram resultados anuais da ordem de R$ 11 milhões", afirma.
Ainda como resultados, o grupo obteve uma economia de 1 milhão de quilowatts anuais em energia elétrica e o consumo de água diminuiu em 230 milhões de litros por ano. A geração de efluentes foi reduzida em 100 milhões de litros por ano e a produção de resíduos perigosos teve uma queda de 50 mil quilos anuais.
O método utilizado é originário da Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social) e da UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), e vem sendo aplicado pelo IEL/SC desde 1998. (J.W.)

Copesul investe em tecnologias limpas
Nova planta produz mesma quantidade de eteno com menos 47% de energia e 17% de nafta. A responsabilidade ambiental acompanha a Companhia Petroquímica do Sul (Copesul) e o próprio pólo de Triunfo (RS) desde que foi anunciada a sua criação, na segunda metade da década de 70. Ao mesmo tempo em que a sociedade gaúcha comemorava o impacto econômico do projeto, temia pela poluição e pelos supostos riscos de degradação da qualidade de vida à Região Metropolitana de Porto Alegre, um medo que tinha origem na realidade dos demais pólos petroquímicos existentes até então no País.
Com a mobilização da sociedade, alertada por saber que era uma indústria potencialmente perigosa, o pólo petroquímico nasceu atendendo todos os cuidados ambientais possíveis. Por isso a área escolhida era de campos limpos, sem a necessidade da derrubada de árvores, favorecida também pela direção predominante dos ventos. Foi construída uma estação de tratamento de efluentes líquidos, outra para resíduos sólidos e, espelhado no exemplo do que acontecia no resto do mundo e deveria ser evitado em Triunfo, foi criado um cinturão verde para isolar as indústrias da provável aglomeração urbana que se formaria em torno do pólo.
O resultado deste esforço, entende a gerente de Gestão de Pessoas, Segurança e Meio Ambiente da Copesul, Carla Maria Pires Rangel, pode ser conferido na mentalidade dos próprios colaboradores da companhia, a central de matérias-primas do pólo gaúcho. "Na Copesul, a responsabilidade ambiental não é uma regra, mas um valor, algo internalizado nas pessoas", avalia Carla. Ainda em 1998, a Copesul obteve a certificação ISO 14001, que atesta uma boa gestão ambiental.
A saga da sustentabilidade ambiental na Copesul não se encerrou após finalizado o seu processo de implantação. Prosseguiu no final da década de 90, quando o pólo foi duplicado. Mas naquela época, com o avanço tecnológico, houve uma evolução. "Antes a questão era tratar os resíduos. Depois, com a duplicação, era utilizar tecnologias limpas que nem gerassem resíduos", conta Carla.
Com os novos investimentos, a chamada Planta 2 consome 47% menos energia para gerar a mesma quantidade de eteno em relação à Planta 1. O consumo de nafta para produzir a mesmo quantidade de eteno caiu 17% e o volume de efluentes líquidos caiu 70%. "Sabemos que estamos no caminho certo porque temos alcançando todas as metas de redução de emissões de afluentes líquidos, resíduos sólidos e poluentes no ar."
Assim a Copesul avança no seu conceito de ecoeficiência e busca diminuir ao máximo o consumo de matérias-primas, os gastos energéticos e a geração de resíduos industriais. No horizonte há um desejo ambicioso, para dizer o mínimo. "A grande meta é a obtenção de resíduo zero."
A explicação está na busca de que tudo o que a indústria gere, teoricamente sem finalidade, seja transformado em matéria-prima para algo. Como exemplo, Carla cita uma solução de soda que antes ia para tratamento e depois de ser pesquisada e aperfeiçoada é agora vendida para empresas de papel e celulose, que a utilizam em seu processo produtivo. Com isso, a Copesul consegue, ao mesmo tempo, resultado financeiro e respeito ao meio ambiente - dois dos três pilares que formam o tripé de sustentabilidade ambiental buscado pela empresa, aliados à responsabilidade social.

Fundo Ethical tem ganho acima do Ibovespa
Parceiro e membro do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, o Banco Real esteve presente no 1o Congresso Ibero-Americano sobre Desenvolvimento Sustentável, promovido semana passada, no Rio de Janeiro, para promover a integração de negócios e responsabilidade ambiental. Entre as iniciativas do banco estão os financiamentos sócio-ambientais e um fundo de investimentos socialmente responsável. Agora decidiu também promover o "faça como eu faço", e está realizando mudanças ecologicamente corretas em suas agências.No estande do Banco Real, o superintendente da diretoria de educação e desenvolvimento sustentável da instituição, Carlos Nomoto, deu entrevista fora da sala de reuniões. "Está muito calor lá dentro, porque não conseguimos encontrar um ar-condicionado ecológico." Segundo ele, cerca de 400 agências já adotam programas de ecoeficiência de modo eficaz e algumas até funcionam como posto de entrega de resíduos. "Estamos adquirindo móveis de madeira de manejo florestal, certificadas pelo ISO 14000."
Os programas de financiamento socioambientais são linhas de crédito com taxas de juros atraentes e prazos mais longos, destinados a pessoas físicas e jurídicas, para financiar projetos ambientais, sociais e educacionais. De 2003 para 2004, houve crescimento de mais de 250% do total de créditos liberados nesta área. No primeiro ano, foram R$ 58 milhões em créditos liberados (R$ 53,5 milhões para pessoas jurídicas e R$ 4,5 milhões para pessoas físicas) e, no ano seguinte (2004), R$ 151 milhões (R$ 132,5 milhões para pessoas jurídicas e R$ 18,4 milhões para pessoas físicas). O número ainda é baixo se comparado à carteira de crédito total do banco (R$ 29,5 bi em 2004), mas o crescimento é significativo.
O Ethical foi o primeiro fundo responsável da América Latina. Sua carteira é composta por papéis de empresas que tenham boa governança corporativa, gestão sócioambiental e de RH - empresas que demonstrem alto índice de sustentabilidade a longo prazo. Desde o lançamento até o final de março de 2005, o fundo teve retorno de 159,1%, contra 135,1% do Ibovespa no mesmo período.
Para os financiamentos, o banco adotou questionários sobre questões ambientais. "O objetivo não é de caráter restritivo, mas inclusivo. Não se pensa em deixar de lucrar, apenas queremos conciliar o lucro ao desenvolvimento sustentável e à promoção deste." No caso de empresas com faturamento anual de até R$ 20 milhões, perguntas como se a empresa respeita a lei ambiental, quais os principais impactos ambientais que causa e o que faz para minimizar impactos. Em empresas maiores, o banco questiona ainda se existem planos para redução de água e energia, entre outras coisas.

Brasil deve intensificar desenvolvimento de fontes alternativas
São Paulo, 6 de Junho de 2005 - E m um setor em que a geração de riqueza gera tantos impactos ambientais, ganha importância a utilização de fontes alternativas de energia, que não causem tantos danos ambientais, em especial, que reduzam o volume de emissões de gases poluentes, como o gás carbônico produzido com a queima de diesel ou óleo combustível utilizado nas usinas termelétricas. Para o professor de Gerenciamento Ambiental do International Institute for Management Development (IMD), Ulrich Steger, diretor do Fórum de Gerenciamento de Sustentabilidade Corporativa e autor do livro "Desenvolvimento Sustentável e Inovações do Setor Energético", os governos devem elaborar ações que auxiliem no desenvolvimento de novas tecnologias no mercado, para auxiliar que se tornem competitivas o mais rápido possível.
"As fontes renováveis de energia tem apresentado um crescimento veloz. Mas para modificar de forma significativa o sistema energético são necessários 50 anos aproximadamente, o que isso significa que temos de começar agora com mais determinação." Para ele, o Brasil deveria estimular a produção mais significativa das energias geradas a partir de tecnologias que já possui. "O potencial mais promissor - depois da energia hidrelétrica - é o biogás, que alimenta microturbinas para gerar calor e energia elétrica no mesmo processo."
O País também possui a tecnologia de transformação de açúcar em energia. "E tem o clima e a estrutura econômica para desenvolver ainda mais esse enorme potencial. Tem energia hidrelétrica, que hoje pode ser obtida com menos impactos do que há duas décadas, e tem um crescente potencial para a energia solar baseada em tecnologia de controle climático."
O governo brasileiro parece concordar com Steger e elaborou o Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). O programa consiste na contratação, por 20 anos, de 3,3 mil megawatts de energia proveniente de térmicas a biomassa (bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz e resíduo de madeira), eólica e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) pela Eletrobrás.
Os projetos já foram selecionados e contratados e agora estão em fase de construção, que deverão entrar em operação até o final de 2006. De acordo com estimativas do Ministério de Minas e Energia, o investimento privado será da ordem de R$ 8,6 bilhões, mas os projetos receberão financiamentos do BNDES de até 70% do investimento total.
Alguns governos estaduais também incentivam as fontes alternativas. É o caso de Minas Gerais, onde está concentrado cerca de 50% do potencial para PCHs no País. O governo mineiro lançou um programa de incentivo à construção de pequenas hidrelétricas no estado. A idéia é atrair empresas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a investir em geração de energia. "A Cemig entrará como sócia minoritária, podendo participar de até 49% de cada empreendimento. Para as empresas, o Estado oferecerá linhas de crédito, por meio do Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais", explicou o superintendente da Assessoria de Gestão e Novos Negócios da estatal mineira, Márcio Maia Ribeiro.
A energia gerada pelas PCHs será vendida aos consumidores potencialmente livres da Cemig. "Esses clientes obtém descontos de 50% nas taxas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão. É por meio do abatimento que o programa de pequenas usinas pode ser viabilizado", afirmou Ribeiro.
Por outro lado, a iniciativa privada também vê nas fontes alternativas um possibilidade de bons negócios. A pernambucana Koblitz, por exemplo, atua nos mercados industrial, de produção independente e comercial. Além das três fontes estimuladas pelo governo federal, a empresa ainda trabalha com cogeração com gás natural, energia solar e térmica a partir de lixo urbano. A empresa já instalou 238 projetos, num total de 1,5 mil MW instalados em 238 projetos. Os projetos são realizados para empresas de diversos setores, que buscam a geração própria, ou até mesmo investimento para a venda de energia para grandes consumidores de energia, que podem negociar diretamente a compra de sua energia, sem passar pela distribuidora.
Nos grandes projetos de geração de energia, a preservação do meio ambiente é, mais que uma atuação pró-ativa, uma obrigação determinada por órgãos governamentais e, portanto, fundamental no progresso dos negócios. "No passado, se buscava o melhor aproveitamento energético, independente do dano ambiental que gerasse. Hoje, se busca o melhor aproveitamento, mas compatível com o impacto que vai causar", resumiu o gerente de meio ambiente da CPFL, Tarcísio Borin Junior.

Petrobras quer reduzir efeitos nocivos
Rio, 6 de Junho de 2005 - Iniciativas vão de combustível com menos enxofre a controle de emissões atmosféricas. D o fundo do mar aos extremos da atmosfera, a Petrobras tem investido dezenas de bilhões de reais para limpar o meio ambiente dos efeitos nocivos provocados pela atividade da indústria petroleira. Mais que compensar, a estatal trabalha para tentar melhorar as cidades, a fauna e a flora, com programas de reciclagem, de recuperação de animais em extinção, de preservação da água e de reflorestamento.
Para o ar, a Petrobras reserva um novo sistema de monitoramento de emissões atmosféricas no Brasil e nos países sul-americanos nos quais atua. Serão acompanhados 20 mil fontes emissoras que darão subsídios a ações voltadas para evitar o efeito estufa. Mas o principal programa para a despoluição do ar trata da modernização das refinarias, com investimentos de mais de R$ 4 bilhões.
A Petrobras antecipou para este ano as metas de melhoria na qualidade do combustível, com redução do teor de enxofre do diesel e da gasolina. As primeiras cidades contempladas com o diesel limpo teriam essa novidade apenas em 2006. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, contudo, já estão respirando melhor. Isso porque a estatal concluiu as unidades de processamento planejadas para a produção de diesel com 50 partes por milhão (ppm) ante o combustível com 2.000 ppm que até então poluía os ares do País.
O projeto de melhoria de qualidade ficou pronto no ano passado nas seguintes plantas: Refinaria Duque de Caxias (Reduc), Refinaria de Paulínia (Replan) e Refinaria Gabriel Passos (Regap). Para este ano, a estatal planeja concluir as obras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. O objetivo é reduzir o enxofre dos combustíveis até 2009 em outras seis refinarias. Para despoluir a gasolina, foram reservados R$ 1,6 bilhão. Dez refinarias terão novas unidades de processamento do combustível para que o enxofre existente no derivado diminua de 1.000 partes por milhão para 50 ppms daqui a quatro anos.
A despoluição de combustíveis é o começo de um processo que pode levar décadas para ser completado, mas que já está no planejamento da estatal. A Petrobras não quer mais ser encarada como simples companhia de petróleo, mas de energia, como destacou recentemente o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "Somos uma empresa de energia, em pleno processo de diversificação de portfólio."
Para tanto, a Petrobras tem apostado em fontes de energia renovável. A meta é atingir, nos próximos cinco anos, 96 megawatts de capacidade de geração de eletricidade vinda de usinas eólicas, solares (fotovoltaicas e térmicas), de biomassa e outras, além da produção de 2,3 mil barris de biodiesel por dia.
Um dos projetos desenvolvidos é a usina eólica piloto de Macau (RN). Inaugurada em 2004, tem potência de 1,8 MW e abastece as operações da companhia na região. Outro exemplo é o sistema termo-solar usado para aquecer a água na Regap e na Recap, que será implantado nas demais refinarias.
Também está sendo instalado, no Cenpes, um sistema fotovoltaico com capacidade de 44 kW. Ao todo, a companhia produzirá 100 kW de energia com essa tecnologia, através de sistemas de baixa potência espalhados por diversas unidades.
Na área de biocombustíveis, a Petrobras está instalando usinas-piloto em Guamaré, que produzirão biodiesel tanto a partir do óleo quanto da semente de oleoginosas. Além disso, desde 2003, a companhia exporta etanol por seus dutos e terminais.
Além de apostar em fontes renováveis, a Petrobras também recicla. Reciclagens de asfalto, óleos lubrificantes usados e embalagens de óleos lubrificantes estão sendo reali-zadas junto aos clientes da petroleira. O lado mais carinhoso da empresa que perfura poços e extrai petróleo talvez esteja nos programas de preservação de espécies. São patrocinados projetos como o Tamar; o Baleia Jubarte; o Peixe-Boi e o projeto Mata Atlântica, todos na mesma linha de combate à extinção, além de ações compensatórias para pesca, atividade parcialmente abalada por trabalhos de sísmica.
Para evitar acidentes ecológicos, a Petrobras tem investido na segurança de seus dutos, que estão sendo revisados ou substituídos. Uma operação cara e de alta complexidade, que está sendo executada sem afetar o fornecimento normal de combustível. A maior parte dos dutos da empresa já está automatizada e com controle centralizado no Rio.
Na mesma linha de prevenção, foi lançado, em 2000, o programa Pégaso, que custou de R$ 8 bilhões desde então. Foram revistos os planos de contingência, criados novos mecanismos de gestão e reequipadas as unidades e seus sistemas visando dotar a empresa de padrões internacionais de excelência em segurança e proteção ambiental.
Como parte desse programa, foram instalados no País nove Centros de Defesa Ambiental, que funcionam como uma espécie de corpo de bombeiros contra vazamentos de óleo. Com profissionais treinados e de prontidão 24 horas por dia, esses centros estão equipados com barcos, balsas, recolhedores, agentes bioquímicos e milhares de metros de barreiras de absorção e contenção, formando o primeiro complexo de segurança ambiental da América do Sul. Tanto cuidado visa não repetir situações como a do vazamentos de óleo na Baía de Guanabara, um dos piores estragos já registrados no País.
Setor de cosméticos privilegia biodiversidade
Natura e Boticário têm programas de criação de reservas naturais e certificação da flora. A indústria de cosméticos e perfumaria, que movimenta R$ 13,2 bilhões por ano no Brasil, há tempos deixou de olhar a natureza apenas como fonte de inspiração e de matéria-prima para seus produtos. O rápido crescimento desse mercado foi acompanhado por aumento significativo da preocupação com a preservação meio ambiente.
Empresas como Natura e O Boticário têm investido cada vez mais em projetos nessa linha, com programas que vão desde a criação de reservas naturais até o apoio direto a comunidades fornecedoras ou localizadas no entorno de áreas de preservação. "Toda empresa tem que fazer uma escolha sobre que tipo de desenvolvimento pretende ter. É preciso pensar que o futuro será comum a todos", diz Nelmara Arbex, gerente de responsabilidade corporativa.
A Natura investe por ano 1% da sua receita líquida, de R$ 1,76 bilhão em 2004, em projetos de desenvolvimento sustentável. Hoje eles abrangem um universo de mais de 30 programas, alguns ligados diretamente à biodiversidade, como a certificação de ativos da flora brasileira usados da linha de produtos Natura Ekos.
A Natura Ekos conta hoje com mais de uma dezena produtos, que utilizam plantas como o murumuru, extraído no Amazonas e o cupuaçu, em Rondônia. "Ela nasceu com o propósito de garantir a exploração da biodiversidade brasileira de maneira economicamente viável e ecologicamente correta", diz Nelmara. Somente no ano passado foram concluídas as certificações de plantas como castanha, breu-branco, copaíba, louro-rosa, cacau e guaraná. Hoje são beneficiados grupos de mais de dez microrregiões no País. Grande parte está na Amazônia, como as comunidades fornecedoras do Médio Juruá, no Amazonas, e Iratapuru, no Amapá, de onde são extraídas, por exemplo, a andiroba e a castanha-do-pará usadas nos óleos, sabonetes e xampus da linha Ekos.
Com receita bruta de R$ 2,5 bilhões em 2004, 33% acima do ano anterior, a Natura também tem investido em projetos de apoio ao reflorestamento junto aos municípios de Cajamar e Itapecerica da Serra (SP), onde mantém suas operações, responsáveis por colocar no mercado 177 milhões de unidades dentre perfumes, sabonetes, cremes e óleos com a sua marca no ano passado.
Para 2005, a empresa também pretende reduzir em 5,5% o consumo de energia e de 1% de água e de 2,56 gramas para 2,38g a geração de resíduos por produto vendido. Outro objetivo é elevar o potencial de recuperação das embalagens dos produtos, hoje 97,5% recicláveis. "Os projetos de desenvolvimento sustentável cada vez fazem mais parte do ciclo de planejamento da empresa."
Também na década de 90, a paranaense O Boticário dava um passo decisivo na área de meio ambiente, com a criação da sua fundação. A entidade é a menina-dos-olhos do empresário Miguel Krigsner, que criou O Boticário em 1977 a partir de pequena farmácia de manipulação no centro de Curitiba.
Hoje a indústria produz cerca de 50 milhões de unidades de mais de 550 itens de perfumaria e cosmética. "Depois de visitar um projeto de reflorestamento no deserto de Israel, ele voltou para o Brasil decidido a fazer alguma coisa pela preservação da natureza", lembra Miguel Milano, diretor da Fundação O Boticário e da área de responsabilidade social.
Hoje um dos principais focos da organização está justamente no incentivo à implantação de reservas de patrimônio natural, como a de Salto Morato, adquirida em 1994 e que abrange 2.340 hectares no município de Guaraqueçaba, no litoral norte do Paraná. Cerca de sete mil visitantes passam pela reserva por ano, onde também funciona um centro de capacitação em Conservação da Biodiversidade. "Na região, comunidades que viviam do extrativismo ilegal do palmito hoje substituem a atividade pela confecção de artesanato a partir a fibra do junco."
Em 2005, a meta é adquirir uma área no cerrado, para constituir uma nova reserva ecológica. O projeto como um todo contempla, no longo prazo, a criação de áreas de preservação na caatinga, no pantanal e na floresta amazônica.
A intenção é associar preservação com educação ambiental. A Fundação O Boticário tem planos de ampliar seu projeto Estação Natureza, um espaço educacional para exposições que mostram a biodiversidade brasileira. O primeiro Estação Natureza funciona desde 2001 em Curitiba e recebe em média a visita de 35 mil estudantes por ano. A próxima a sair do forno será a Estação Pantanal, que está recebendo R$ 1,5 milhão em investimentos e começa a funcionar em um prédio histórico restaurado em Corumbá (MS) até o final do ano.
Projetos de desenvolvimento sustentável são outro foco da organização, que opera, desde 2001, o Fundo de Apoio a Projetos de Ecodesenvolvimento em parceria com a norte-americana Inter-American Foundation (IAF). Com recursos de US$ 1 milhão, bancados meio a meio entre as duas entidades, o fundo apóia hoje cerca de cinco projetos patrocinados, como programa que beneficia trabalhadores sem-terra na região do Pontal do Paranapanema (SP).
Agricultores assentados plantam café orgânico entre árvores nativas que estão sendo replantadas e ajudam a preservar uma área devastada por décadas de conflitos fundiários. Batizado de "Café com Floresta", o trabalho, feito sob orientação do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE), tem como meta melhorar a renda dos assentados ao mesmo tempo em que mantém preservado o entorno do Parque Estadual do Morro do Diabo. "A produção de café já está sendo negociada com grandes redes varejistas, como o Pão de Açúcar."
Com faturamento de R$ 550 milhões em 2004 (20% acima de 2003), o Boticário destina por ano 1% da sua receita líquida para projetos sociais.

GM, 06/06/2005, Responsabilidade Ambiental, p. 1-6

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