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Empresas dos EUA financiam reflorestamento no Parana

GM, Gazeta do Brasil, p.B13
25 de Abr de 2005

Empresas dos EUA financiam reflorestamento no Paraná
Área de 18 mil hectares na baía de Guaraqueçaba terá US$ 18,3 milhões em investimentos. A empresas norte-americanas General Motors, Chevron Texaco e a American Eletric Power estão financiando três projetos de reflorestamento e de seqüestro de carbono no litoral norte do Paraná.
Os programas, que abrangem uma área de 18 mil hectares na baía de Guaraqueçaba, envolvem um total de US$ 18,3 milhões em investimentos nos próximos 40 anos. A organização não governamental (ONG) norte-americana The Nature Conservancy (TNC) é a responsável técnica pelos programas, que estão sendo executados pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), com sede em Curitiba.
Do total dos recursos aplicados pelos investidores, 30% foram para a aquisição das áreas e 70% estão aplicados em um fundo nos EUA que vai financiar os projetos pelas próximas quatro décadas, segundo Clóvis Borges, presidente da SPVS. "A idéia é garantir a restauração florestal e conservação da biodiversidade num dos últimos remanescentes da Floresta Atlântica. O que é significativo é que é um empreendimento de longo prazo, o que garante continuidade dos programas", diz Borges.
Segundo ele, pelo menos 35% das áreas deverão ser destinadas ao mercado de crédito de carbono pelas companhias. "Estamos nos preparando para a certificação que nos permitirá atuar nesse segmento", diz. Clóvis Borges, no entanto, não fala em volumes.
Um dos principais projetos, localizado na Ilha de Itaqui, no município de Guaraqueçaba, previa inicialmente o seqüestro de 1 milhão de toneladas de CO2 em 40 anos. "As regras ainda não estão bem claras por parte do Ministério de Ciência e Tecnologia o que dificulta nossas previsões. Sabemos apenas que as árvores em pé não serão creditáveis. Com isso, apenas as áreas restauradas poderão negociar créditos", diz Clóvis Borges.
Crédito de carbono
Com a entrada em vigor do Protocolo de Quioto - compromisso assumido entre 141 países para a redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera - o Brasil deverá se transformar em um dos maiores mercados do mundo para a venda de créditos de carbono.
O tratado define como meta para os maiores países poluidores (chamados países do Anexo I) a redução de 5,2% das emissões feitas em 1990. O compromisso será atingido entre 2008 e 2012, sob pena de multas. Para ser colocado em prática, foi criado o chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite aos países do Anexo I pagar suas contas comprando os créditos de carbono gerados por projetos em países fora do Anexo I (geralmente em desenvolvimento, como o Brasil).
A SPVS começou em 1999 a adquirir as áreas - a maior parte fazendas com criação de búfalos - para os projetos de seqüestro de carbono. Elas foram transformadas em três reservas naturais, onde a instituição desenvolve atividades de reflorestamento, pesquisa, educação ambiental, plantio de mudas e fiscalização preventiva à caça e à extração vegetal. "O plantio de árvores é com espécies nativas, permitindo que ambientes degradados sejam restaurados, ao invés de somente reflorestados", afirma o presidente da SPVS.
Hoje, a Reserva Natural Cachoeira, no município de Antonina, é a maior delas. Com 10 mil hectares, a floresta recebeu o apoio financeiro da General Motors, que doou US$ 10 milhões. No mesmo município, a petroleira Chevron Texaco destinou US$ 3 milhões para a Reserva Natural do Morro da Mina, com mil hectares. Outros US$ 5,3 milhões serão aplicados nos 7 mil hectares da Reserva Natural de Itaqui.
GM, 25/04/2005, p. B13

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