A empresários em Israel, Bolsonaro diz que Brasil vive "novos tempos"

A empresários em Israel, Bolsonaro diz que Brasil vive "novos tempos"
Malu Delgado

02/04/2019 às 07h11

ISRAEL - A uma plateia de centenas de empresários israelenses e brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro sustentou nesta terça-feira que o Brasil vive "novos tempos" e tem uma enorme possibilidade de exploração de sua biodiversidade e de parcerias a serem realizadas. O presidente citou especificamente a Amazônia e a exploração de minério e enfatizou, também, o fato de o país ter a segunda maior reserva de grafite do mundo, com foco na produção de grafeno.

"O recado que dou aos senhores é de novos tempos. Estamos à disposição dos senhores que querem investir no Brasil. Serão bem acolhidos, bem tratados, e poderão confiar em nossos trabalhos", disse. A despeito dos problemas enfrentados pelo governo Bolsonaro no diálogo com o Congresso Nacional e
dirigentes partidários, o presidente afirmou que o Executivo está fazendo a sua parte.

"Nasceu um novo país em 1o de janeiro. Deixou-se de lado a questão ideológica que nos atrasava, e muito. Estamos fazendo a nossa parte. Propostas foram enviadas ao Parlamento. Tenho certeza que o Parlamento, com sua responsabilidade e seu patriotismo, dará uma resposta a isso", disse.

Apesar de o governo ainda não ter apresentado propostas concretas de mudança na área tributária, Bolsonaro assegurou que estão sendo tomadas
medidas do Planalto para diminuir o peso do Estado e desburocratizar a economia. "Com essas medidas podemos fazer muitas, mas muitas, coisas
junto."

O presidente citou a abertura do escritório comercial do Brasil em Jerusalém como uma novidade que vai auxiliar acordos comerciais entre os dois países.
"Como há pouco nos tornamos noivos, no bom sentido, abrindo aqui uma representação nossa de negócios, tecnologia, pesquisa e inovação em
Jerusalém, os senhores começam cada vez mais a notar que esse nosso relacionamento veio para ficar." Ao dizer isso, foi aplaudido.

Em relação à Amazônia, destacou "o mar de biodiversidade" à frente. O presidente sinalizou disposição de abrir a Amazônia a novos investimentos, o que é um motivo de apreensão a ambientalistas no Brasil e no mundo. "Ninguém tem a biodiversidade que temos. Estamos à disposição nesta área. Novos campos a serem descobertos. O que poderá vir da biodiversidade? Acho que ninguém sabe ainda."

O primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, fez o discurso de abertura a empresários, em inglês. Apresentou gráficos sobre o crescimento per capita do Produto Interno Bruto (PIB) em Israel e apontou os principais setores que cresceram no período de 2007 a 2017. Netanyahu sustentou que
o crescimento tecnológico e de ponta em Israel só foi possível depois do enxugamento do peso do Estado.

Usou como metáfora um exercício militar e lembrou o tempo de recruta, em que seu comandante lhe ordenou que carregasse o colega ao lado nos ombros, bem maior e mais pesado do que ele. Fez uma analogia com o peso dos impostos para o investidor. "Qual a receita: impostos baixos e reduzir barreiras para a competição", salientou.

Para Netanyahu, que disputa na semana que vem uma eleição e ainda não se pode assegurar com certeza se sairá vitorioso, já que sua imagem pública foi
ameaçada por denúncias de corrupção, "o céu é o limite" na parceria entre Brasil e Israel.

O primeiro-ministro voltou a se referir a Bolsonaro como amigo e irmão, o que facilita a proximidade, e destacou similaridades entre os dois países. "Temos uma irmandade, temos passado comum, tradições compartilhadas. Não há melhor parceria no mundo que a parceria entre Brasil e Israel."

Ainda hoje, os empresários vão assistir a exposições de ministros dos dois países sobre oportunidades de negócios. Do lado brasileiro, falam os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

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