GM, Rede Gazeta do Brasil, p.B18
22 de Dez de 2003
Empresa estimula ação social com compra de papel artesanal reciclado
Valmari Dermocosméticos ensina prática a artesãs de cooperativa de Diadema a fazer produto com material doado.
A Valmari Dermocosméticos, fundada há 23 anos, em Diadema, inova no conceito de responsabilidade social: além de ensinar um grupo de artesãs da Cooperativa Cria Viva, daquele município, a fazer papel artesanal, com material reciclável, a empresa comprou a produção e ainda incentivou a Prefeitura de Diadema e outras empresas da região a fazerem o mesmo. Usando somente um liquidificador industrial, a cooperativa produziu neste mês uma tonelada de papel artesanal, que se transformou em 6 mil cartões de Natal. Pelo trabalho, 20 artesãs receberam cerca de R$ 520 cada, quantia superior a dois salários mínimos. A Valmari comprou 1.600 cartões, deixando o restante da produção para a prefeitura e outras empresas. A ação foi coordenada por Fabiana Lepattri, do recém-criado Departamento de Projetos Sociais Auto-Sustentáveis da Valmari. Sustentabilidade A idéia surgiu com o lançamento da linha de sabonetes Amazônia, que é embrulhado em papel reciclável e envolvido em papel artesanal. "Nossa grande preocupação com o desenvolvimento desta linha é o conceito de sustentabilidade", diz Silvestre Resende, diretor de Marketing da Valmari. Segundo ele, não foi fácil encontrar fornecedores ecológica e socialmente conscientes para extrair a matéria-prima da Amazônia de forma sustentável. Da mesma forma, foi difícil encontrar fornecedor para a embalagem. "A saída foi aprendermos a fazer o papel nós mesmos e ensinar a técnica às artesãs. Assim, estimulamos não apenas a redução de cortes de árvores, como também o desenvolvimento de oportunidades de trabalho auto-sustentável", diz Silvestre. Papel de escritórios O papel utilizado pelas artesãs tem origem nos escritórios da Valmari e da Prefeitura de Diadema. O material é recolhido em caixas de coleta seletiva, separado por tipo e picado, seguindo depois para a cooperativa, onde é processado artesanalmente, num trabalho que dura quase 24 horas. Com 100 lojas de prontra-entrega em todo o Brasil, nove delas localizadas em shoppings da Grande São Paulo, a Valmari tem hoje 1% de sua produção direcionada à exportação para a Europa. A expectativa é que este volume chegue a 10% em quatro anos, principalmente devido aos produtos da linha Amazônia (sabonetes, sais de banho e óleo corporal), desenvolvida especialmente para o mercado externo e lançada em setembro último. Segundo Silvestre, toda a produção dos papéis usados no acondicionamento e embalagem externa desses produtos ficará a cargo de cooperativas de artesãos da região.
Bird financiará desenvolvimento humano
Uma missão do Banco Mundial (Bird) virá a Minas Gerais, em janeiro do próximo ano, para acertar com o governo mineiro o empréstimo de US$ 150 milhões que serão aplicados em projetos para ampliar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado de 0,766 para 0,800. Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, o diferencial neste acordo é que o estado não entrará com uma contrapartida, como nos empréstimos anteriores. "Muitas vezes, a contrapartida é responsável pela descontinuidade dos projetos, por isso o que estamos negociando tem como foco a melhoria do IDH em Minas, assim todos os projetos aprovados serão a contrapartida do estado", explicou o secretário. Os recursos serão aplicados na recuperação da malha rodoviária do estado e no Programa de Plantio de Florestas Industriais, principalmente nas regiões do Norte de Minas, Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Pequenas empresas Além do acordo com o Bird, Brumer adiantou que no primeiro semestre do próximo ano serão liberados os US$ 120 milhões já acordados com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o secretário, os aportes serão investidos em projetos na área viária, eletrificação e apoio à pequena e média empresas, considerados prioritários pelo governo estadual. O projeto de ligação asfáltica de 222 municípios está orçado em US$ 100 milhões. Já o de eletrificação rural, no valor total de US$ 30 milhões, receberá recursos da ordem de US$ 10 milhões. O outro projeto, no valor de US$ 10 milhões, será voltado ao financiamento de projetos de pequenas e médias empresas mineiras. Segundo o secretário, o equilíbrio das contas públicas foi fundamental para a retomada de financiamentos externos "O balanço deste ano é extremamente positivo. O estado de Minas Gerais atraiu cerca de R$ 30 bilhões em investimentos. A recuperação da imagem de Minas foi muito importante para a entrada desses recursos no estado", disse Brumer. O secretário adiantou que cerca de 56 empresas do setor eletroeletrônico já acordaram a alocação de aportes no arranjo produtivo instalado no Sul de Minas. Os recursos são da ordem de R$ 435 milhões e deve gerar 7,5 mil empregos na região.
GM, 22/12/2003, p. B12
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.